O novo presidente de Israel, Reuven Rivlin, que sucede ao veterano Shimon Peres, prestou juramento esta quinta-feira no parlamento de Jerusalém durante uma cerimónia sem aparato devido à guerra que decorre em Gaza.
“Em vosso nome e sob a vossa autoridade, assumo a partir deste momento a função de 10º presidente do Estado de Israel”, declarou Reuven Rivlin, eleito em 10 de junho, perante o governo e os deputados israelitas, após ter prestado juramento com a mão sobre o Antigo Testamento.
Rivlin, 74 anos, definido como um “falcão” da direita radical israelita, foi membro do partido Likud do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, e ocupou a presidência do parlamento.
Nunca escondeu a sua visão de um Grande Israel, e que inclui todo o território entre o Rio Jordão e o Mediterrâneo, para além da sua firme oposição à criação de um Estado palestiniano e a uma defesa intransigente dos colonatos judaicos nos territórios ocupados.
Durante as suas funções de presidente do parlamento, também assentou a sua reputação na defesa da democracia, que implicou manifestações de apoio de setores mais à esquerda e da minoria árabe israelita.
“Rivlin não será visto como o presidente do Estado de Israel, mas o presidente do Grande Israel“, considerou o comentador Ari Shavit no diário de centro-esquerda Haaretz, numa referência a um posto com poderes quase exclusivamente protocolares.
“Vai aproveitar-se da instituição presidencial para avançar com o projeto de colonatos na Cisjordânia, que defende com intransigência, e a solução de um Estado, em que acredita”, acrescentou o colunista, citado pela agência noticiosa AFP.
Antigo membro dos serviços secretos militares, considerou em 2010 que preferia “aceitar os palestinianos como cidadãos israelitas que um Israel e a Cisjordânia dividida em dois Estados numa futura solução de paz”.
Em 2005 também se opôs à retirada dos colonos e das tropas israelitas da Faixa de Gaza, então decidida pelo governo do Likud dirigido por Ariel Sharon.
ZAP/Lusa