Os resultados de um novo estudo mostram que a maioria das pessoas estão a tomar uma aspirina todos os dias quando não precisam de o fazer (e provavelmente não o deviam fazer).
Com base nos números mais recentes, disponibilizados pela Pesquisa Nacional de Saúde de 2027, os investigadores analisaram uma amostra de 14 mil norte-americanos com mais de 40 anos, escreve o Science Alert.
De seguida, escalando as descobertas para toda a população, o estudo estimou que aproximadamente 29 milhões de pessoas com 40 anos ou mais tomam uma aspirina diária sem terem nenhuma doença cardíaca e, deste total, 6,6 milhões fazem-no sem recomendação do seu médico.
Além disso, outros dez milhões com mais de 70 anos sem nenhum problema cardíaco também continuam a tomar este medicamento todos os dias, mostra o estudo publicado na revista científica Annals of Internal Medicine.
“Muitos pacientes estão confusos sobre isto. Esperamos que os médicos deem mais atenção e conversem com os seus pacientes sobre o uso da aspirina, bem como mais pacientes ganhem consciência sobre isto com os seus médicos”, diz o médico e autor do estudo, Colin O’Brien, da Beth Israel Deaconess Medical Center (BIDMC), em Boston, à Associated Press, citado pelo .
No início deste ano, um estudo que analisou 164 mil pessoas sem doenças cardíacas mostrou um risco absoluto de 0,38% menor de ataques cardíacos, derrames ou morte por eventos cardiovasculares com base na ingestão diária da aspirina. Ao mesmo tempo, os dados mostraram um risco absoluto de 0,47% maior de sangramento interno grave.
Outros estudos chegaram a conclusões semelhantes, isto é, que a ingestão da aspirina todos os dias não é assim tão benéfica, especialmente quando as pessoas envelhecem.
“Embora as diretrizes da American Heart Association e da American College of Cardiology recomendassem a aspirina apenas em pessoas sem risco elevado de sangramento, as diretrizes de 2019 são agora explicitamente contra o uso da aspirina entre pessoas com mais de 70 anos que não têm doenças cardíacas ou AVC”, alerta a médica, também do BIDMC, Christina C. Wee.
Além disso, as duas associações consideram que a melhor forma de nos precavermos contra eventual problemas de coração são manter um estilo de vida saudável, sobretudo no que toca à alimentação e ao exercício físico.