Os nossos corpos emitem um fluxo de fotões de baixa energia durante toda a nossa vida. Só que, quando morremos, esse brilho fantasmagórico apaga-se.
Todos os seres vivos emitem constantemente um brilho fantasmagórico.
Mas esse brilho impercetível – que se pensa ser resultado de um processo chamado emissão ultra-fraca de fotões – desaparece quando morremos.
No entanto, como refere a New Scientist, estes “biofótons” são extremamente difíceis de detetar e separar de outros processos biológicos ou fontes de luz, como a radiação produzida por qualquer objeto quente.
Para apanhar o fenómeno ‘em flagrante’, uma nova investigação isolou o que acontece a estes biofótons quando um animal morre, fotografando a emissão de fotões ultra-fracos num rato inteiro antes e depois da sua morte.
A grande conclusão do estudo, publicado no final de abril na The Journal of Physical Chemistry Letters, que a emissão de biofótons diminuía significativamente após a morte de todo o rato.
Os investigadores tiraram também fotografias de folhas de árvore guarda-chuva (Heptapleurum arboricola) que tinham cortado e descobriram que o mecanismo de reparação de ferimentos da planta aumentava a emissão de biofóton, enquanto vários medicamentos aplicados na superfície da planta, como a benzocaína, um fármaco entorpecente, também pareciam fazer o mesmo.
Esta foi a primeira vez que isto foi num “animal inteiro” – explicou o líder da investigação Daniel Oblak, da Universidade de Calgary, no Canadá.
Michal Cifra, da Academia de Ciências Checa, em Praga, que não esteve envolvido no estudo, explicou à New Scientist que a ausência de biofótons após a morte se deve principalmente à falta de fluxo sanguíneo no corpo, porque o sangue rico em oxigénio é um dos principais motores do metabolismo, que produz biofótons.
Se o sangue tivesse sido mantido a circular artificialmente, continuariam a observar a mesma emissão de biofótons – explicou. “Não está relacionado com a vivacidade sistémica, mas sim com a vivacidade do tecido oticamente acessível“.
Como referem os investigadores, a tecnologia poderá um dia ser utilizada para monitorizar tecidos vivos sem a realização de testes invasivos, ou para monitorizar a saúde das florestas à distância durante a noite.
“É que é um processo de monitorização completamente passivo”, disse Oblak.