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TikTok “esconde” publicações de pessoas feias e pobres para atrair novos utilizadores

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TikTok

O TikTok deu indicações aos seus moderadores para ‘esconder’ as publicações de utilizadores feios, pobres ou com deficiências. As suas audiências eram manipuladas para que os seus vídeos fossem vistos por menos pessoas.

Antes conhecido como musical.ly, o TikTok é a segunda aplicação mais descarregada da Play Store na atualidade, reunindo centenas de milhões de utilizadores de todo o mundo. A aplicação permite criar e compartilhar pequenos vídeos com música.

O TikTok é propriedade a ByteDance, uma empresa de Pequim que opera um conjunto de sites e aplicações sociais, assumindo-se quase como a analogia chinesa do Facebook.

No entanto, está no centro de uma polémica naquilo que o The Intercept chama de “censura invisível”.

Segundo documentos internos, os criadores da app deram instruções aos moderadores para ‘abafar’ publicações criadas por utilizadores feios, pobres ou com deficiências. Além disso, havia indicações para censurar discursos políticos que ferissem o “orgulho nacional” nas transmissões em direto. Utilizadores que o fizessem eram banidos da plataforma.

The Interception

Instruções dadas aos moderadores do TikTok.

Vídeos de desastres naturais, vídeos que “difamem funcionários públicos” e vídeos que mostrem pobreza rural, favelas e ‘barrigas de cerveja’, por exemplo, foram reprimidos pelos moderadores do TikTok, reduzindo artificialmente as suas audiências.

Em declarações ao The Intercept, um porta-voz do TikTok disse que “a maioria” das medidas referidas nos documentos aos quais os jornalistas tiveram acesso, “já não estão em uso ou, em alguns casos, parecem nunca ter sido implementadas”.

Em relação às medidas para ‘esconder’ os vídeos de pessoas feias, pobres ou deficientes, o porta-voz explica que era uma tentativa inicial de prevenir bullying, “mas que já não estão em vigor”.

Fontes contactadas pelo The Intercept revelam que estas políticas estiveram em uso até ao final de 2019, enquanto as medidas para as transmissões em direto foram criadas no ano passado.

ZAP //

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