Terrorista faz-se explodir na Tunísia. É o terceiro incidente em menos de uma semana

STR / EPA

Um terrorista fez-se explodir na capital da Tunísia depois de ter sido cercado pela polícia, informou esta quarta-feira o Governo do país. É o terceiro incidente do género em menos de uma semana, em plena temporada turística e a poucos meses das eleições legislativas de outubro e das presidenciais de novembro.

Um porta-voz do Ministério tunisino do Interior, citado pela Reuters, anunciou que a polícia abriu fogo sobre o homem, identificado como Aymen Smiri. “Após uma longa perseguição, as forças especiais cercaram o terrorista. Quando as forças começaram a disparar, ele fez-se explodir com o cinto de explosivos que estava a usar”, disse o porta-voz, acrescentando não ter havido mais vítimas, noticiou o Expresso.

Na passada quinta-feira, também em Tunes, dois bombistas suicidas fizeram-se explodir em dois ataques separados, matando um agente da polícia e provocando vários feridos. O duplo atentado foi reivindicado pelo Daesh, o autoproclamado Estado Islâmico.

As autoridades tunisinas têm combatido grupos militantes que operam em áreas remotas, perto da fronteira com a Argélia, desde a sublevação popular que levou à deposição do líder autocrático Ben Ali, em 2011, e inspirou Primaveras Árabes nos países vizinhos.

Antes dos ataques da semana passada, o último atentado ocorrera em outubro de 2018, quando uma mulher se fez explodir no centro de Tunes, ferindo 15 pessoas. A explosão interrompeu um longo período de calma que se seguiu à série de ataques de 2015, onde morreram dezenas de pessoas e que levou à imposição do estado de emergência e ao reforço da segurança.

A ameaça terrorista volta a pairar sobre a Tunísia num ano de particular importância política, com dois atos eleitorais próximos. Em junho, o Presidente do país, Béji Caïd Essebsi, de 92 anos, anunciou que não concorreria a um segundo mandato, apesar dos apelos do Nidaa Tounes, partido que fundou em 2012 e que ainda não avançou com o nome de um candidato à sua sucessão.

No mesmo dia do duplo atentado da semana passada, a presidência anunciou que Essebsi tinha sido novamente hospitalizado. Na segunda-feira, o Presidente teve alta, tendo o seu estado de saúde regressado ao “normal”, de acordo com o filho. Após a deposição de Ben Ali, Essebsi assumiu a liderança do período de transição como primeiro-ministro, tendo sido eleito Presidente em 2014.

TP, ZAP //

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