Terramoto em Silicon Valley. CEO da OpenAI e “pai do ChatGPT” foi despedido

O CEO da empresa criadora do ChatGPT foi afastado por não ter sido “consistentemente sincero” com o conselho da OpenAI.

Sam Altman, CEO e co-fundador da OpenAI foi despedido por suspeitas de não ser “consistentemente franco nas suas comunicações” com a direção.

“A saída do Sr. Altman segue-se a um processo de revisão deliberativa por parte do conselho, que concluiu que ele não foi consistentemente sincero nas suas comunicações, dificultando a sua capacidade de exercer as suas responsabilidades”, afirmou o comunicado, que não adianta mais detalhes.

Altman já reagiu à notícia. “Adorei meu tempo na OpenAI. Foi transformador para mim pessoalmente e, espero, para o mundo. Acima de tudo, adorei trabalhar com pessoas tão talentosas. Teremos mais a dizer sobre o que vem a seguir mais tarde”, escreveu.

A decisão está a abalar Silicon Valley e representa uma grande mudança na direção da OpenAI, especialmente após o lançamento do ChatGPT, que elevou o perfil de Altman como um dos executivos de tecnologia mais influentes do mundo.

Mira Murati, CTO da OpenAI, assumirá de CEO interina, enquanto Greg Brockman, presidente do conselho, renunciará ao cargo, mas manterá a posição de presidente da OpenAI. Este anúncio apanhou os funcionários de surpresa, muitos dos quais souberam da notícia através de um comunicado interno e do blog público da empresa.

Altman, considerado uma voz líder no campo da inteligência artificial (IA) desde o lançamento do ChatGPT em novembro de 2022, conduziu a OpenAI em direção ao desenvolvimento da “inteligência artificial geral“, um sistema de IA capaz de realizar qualquer tarefa humana. Sob a sua liderança, a empresa, fundada inicialmente como uma organização sem fins lucrativos em 2015 com o apoio de figuras como Elon Musk e Peter Thiel, adotou um modelo de “lucro limitado” em 2019.

O perfil de Altman foi significativamente elevado com o lançamento do ChatGPT, sendo ele frequentemente referido como o “pai do ChatGPT” e “Oppenheimer de nossa era”, lembra o The Guardian.

A sua influência estendeu-se a reuniões com líderes mundiais e discussões sobre a regulamentação da IA, destacando os benefícios e riscos que a tecnologia apresenta à sociedade.

A saída de Altman ocorre num momento crítico para a OpenAI, que tem uma parceria estável com a Microsoft, um parceiro de negócios chave que planeia investir milhares de milhões na empresa.

A Microsoft reafirmou o seu compromisso com a OpenAI e com Murati após a demissão de Altman. Satya Nadella, CEO da Microsoft, expressou confiança contínua na parceria, afirmando que juntos continuarão a entregar os benefícios significativos desta tecnologia ao mundo.

No entanto, está em cima da mesa a possibilidade de uma reversão do despedimento. No sábado, o Information, um site de notícias de tecnologia, informou que a OpenAI estava “otimista” de que poderia trazer Altman de volta.

O relatório citou um memorando do diretor de estratégia da empresa, Jason Kwon, a dizer à equipa que estava em andamento um esforço para trazer de volta Altman e outros colegas que saíram. A saída de Altman foi seguida pelas demissões de Greg Brockman, presidente da OpenAI, e de três investigadores seniores: Jakub Pachocki, Aleksander Mądry e Szymon Sidor.

De acordo com o Wall Street Journal, Altman está a ponderar o regresso, mas disse aos acionistas que deseja um novo conselho e estrutura de governança como pré-condição, enquanto estuda também a opção de iniciar uma nova empresa com ex-colegas da OpenAI. A decisão final deve ser feita ainda este fim de semana.

Este acontecimento representa uma reviravolta significativa no setor da IA e levantando questões sobre a governança corporativa e a transparência nas comunicações dentro de empresas de alta tecnologia.