A China está a trabalhar arduamente para se tornar uma das principais potências espaciais do mundo. Agora vai focar-se em encontrar uma Terra 2.0.
O país lançou recentemente os seus primeiros rovers para a Lua e para Marte, e construiu a sua própria estação espacial, segundo a Interesting Engineering.
A agência espacial chinesa está a juntar-se agora à corrida para encontrar exoplanetas habitáveis, revela um relatório da Nature, publicado a 12 de abril.
Este mês, os cientistas divulgarão um esboço detalhado da primeira missão do país, com vista à descoberta de exoplanetas Terra 2.0.
A missão tem como objetivo procurar exoplanetas — o termo para qualquer planeta para além do nosso Sistema Solar — dentro da Via Láctea, com o objetivo de encontrar um semelhante à Terra, orbitando a zona habitável do seu sol.
Os cientistas acreditam que tal planeta hipotético, uma Terra 2.0, poderia ter as condições ideais para receber vida.
A NASA anunciou recentemente que descobriu mais de 5.000 exoplanetas, principalmente graças ao telescópio Kepler, que cessou as suas operações em 2018.
No entanto, nenhum destes se enquadra tecnicamente na definição de Terra 2.0, pois não orbitam a zona habitável de um sol, como o nosso.
A agência espacial chinesa espera ser a primeira a fazer essa descoberta. O seu novo projeto, que será financiado pela Academia Chinesa de Ciências, encontra-se atualmente na fase inicial de conceção, com uma avaliação por um painel de peritos prevista para junho deste ano.
Se tudo correr como planeado, esse painel dará luz verde à equipa para começar a construir um satélite. Espera-se que o observatório espacial seja lançado a bordo de um foguete Long March até 2026.
“O nosso satélite pode ser 10-15 vezes mais potente do que o telescópio Kepler da NASA”, salienta Jian Ge, astrónomo que lidera a missão Terra 2.0, no Observatório Astronómico de Xangai da Academia Chinesa das Ciências.
O satélite Terra 2.0 da China foi concebido para transportar sete telescópios, seis dos quais irão vigiar as constelações Cygnus-Lyra, que foram observadas pelo telescópio Kepler da NASA.
Terá a capacidade de observar aproximadamente 1,2 milhões de estrelas e cobre 500 graus quadrados de céu, que é quase 5 vezes maior do que Kepler.
Terá também a capacidade de observar estrelas mais escuras e mais distantes do que o satélite Exoplanet Survey Satellite (TESS) operacional da NASA, que observa estrelas mais próximas da Terra.
Os seis telescópios principais do satélite Terra 2.0 encontrarão exoplanetas ao detetar o brilho das estrelas — demonstrando que um planeta está em órbita.
O sétimo instrumento do satélite Terra 2.0 será um telescópio de microlente gravitacional, e será utilizado principalmente para procurar planetas que não orbitam qualquer estrela, bem como exoplanetas que orbitam muito longe da sua estrela.
“O nosso satélite pode essencialmente realizar um censo que identifica exoplanetas de diferentes tamanhos, massas e idades. A missão fornecerá uma boa coleção de amostras de exoplanetas para investigação futura”, relata Ge.
Para encontrar uma Terra 2.0, os cientistas terão de verificar que ela tem uma órbita semelhante à da Terra, orbitando o seu Sol aproximadamente uma vez por ano, o que significa que poderá levar vários anos a recolher os dados necessários.
É por isso que o satélite Terra 2.0 da China será treinado numa secção particularmente povoada da Via Láctea, durante quatro anos.
“Haverá muitos dados, por isso precisamos de todas as informações que conseguirmos obter”, sublinha Ge. “A Terra 2.0 é uma oportunidade para uma melhor colaboração internacional“.
A Agência Espacial Europeia (ESA) também está a trabalhar no seu próprio projeto Terra 2.0, chamado Trânsito Planetário e Oscilações de Estrelas (PLATO). Transporta 26 telescópios e mudará a sua área de observação de dois em dois anos.
A NASA em breve também irá treinar o seu telescópio James Webb para mundos extraterrestres. Independentemente de quem ganhar a corrida, a probabilidade de encontrar a Terra 2.0 vai aumentando com cada missão que surge.
“A China está a trabalhar arduamente para (…) encontrar uma Terra 2.0.” – Pois, estragaram um planeta e agora querem estragar outro.
Que bela ideia! É que prevejo mau futuro para eles aqui neste planeta! Brevemente vai chegar o dia em que terão que se debater com quem comandará o bloco dos países ditatoriais! Os russos desafiaram o mundo livre, resta saber se no final os chineses resistirão de olho em bico que os seus vizinhos assumam as rédeas desse bloco, não me parece que se sujeitarão a tal perigo!