Terceira dose da vacina da Pfizer aumenta “fortemente” a proteção contra a variante Delta

Kena Betancur / AFP

Farmacêutica norte-americana pretende submeter um novo pedido de autorização de emergência para a administração da terceira dose ao regulador, depois de já ter visto um pedido anterior ser recusado por falta de evidências científicas.

Depois de ter requerido ao regulador norte-americano autorização especial para a administração de uma terceira dose da sua vacina contra a Covid-19 — pedido que foi recusado —, a Pfizer voltou a sublinhar a importância que este reforço pode ter na criação de imunidade contra o novo coronavírus e, sobretudo, contra a variante Delta, defendendo que esta aumenta “fortemente” os níveis de proteção.

De acordo com a CNN, que cita um relatório da farmacêutica norte-americana, os cientistas da Pfizer entendem que os níveis de anticorpos contra a variante Delta em pessoas entre os 18 e os 55 anos que recebem uma terceira dose da vacina são cinco vezes superiores aos apresentados após a toma de duas doses. No que respeita aos cidadãos com idades compreendidas entre os 65 e os 85 anos, os níveis de anticorpos podem aumentar até, pelo menos, 11 vezes.

Os investigadores consideram que há potencial para um aumento de proteção contra a variante Delta equivalente a 100 vezes após a terceira dose em comparação com a segunda dose. Os números divulgados indicam também um aumento da proteção contra a variante original e Beta (com origem na África do Sul) — apesar de ainda não terem sido revistos pelos pares e a farmacêutica prometer para breve informações mais “definitivas“.

Em cima da mesa está um novo pedido de autorização de emergência para a terceira dose, que pode acontecer já no início de agosto — o pedido anterior havia sido recusado pelos especialistas que entenderam não existirem evidências científicas suficientes que comprovassem benefícios inerentes à toma de uma terceira da vacina da Pfizer. Agora, com os novos dados, a farmacêutica espera um desfecho diferente.

Em Portugal, o Infarmed também descarta para já a possibilidade de a vacina da Pfizer ser reforçada com uma terceira dose, apesar de assumir que está a acompanhar “os dados técnico-científicos à medida que estes se encontram disponíveis.

Tal como relembra o Observador, o regulador português defende que, para “acautelar uma possível terceira dose”, assim como “o desenvolvimento de vacinas adaptadas a novas variantes”, Portugal tem “dois contratos estipulados, cujo volume de vacinas ultrapassa os 14 milhões, com os laboratórios BioNTech/Pfizer e Moderna”.

Atualmente, a Pfizer está também a desenvolver uma vacina especificamente contra a a variante Delta, com os estudos clínicos a poderem iniciar-se já em agosto, mediante autorização do regulador.

ARM, ZAP //

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