A Moderna defendeu esta segunda-feira que uma dose de reforço da sua vacina contra a covid-19 parece ser protetora contra a variante Omicron.
Depois de realizar testes laboratoriais, a farmacêutica garantiu que a sua versão atual da vacina continuará a ser a “primeira linha de defesa da Moderna contra a Omicron”, escreve a Reuters.
De acordo com a Moderna, a decisão de a farmacêutica se concentrar na vacina atual – mRNA-1273 – foi motivada, em parte, pela rapidez com que a variante recentemente descoberta se está a espalhar.
A empresa continua, no entanto, a planear uma vacina que proteja as pessoas especificamente contra a variante Omicron e espera avançar para ensaios clínicos no início do próximo ano.
“O que temos disponível neste momento é a 1273”, disse Paul Burton, diretor clínico da Moderna, referindo-se à atual vacina contra a covid-19.
“É altamente eficaz e extremamente segura. Penso que irá proteger as pessoas durante o período festivo e durante os meses de Inverno, quando se irá assistir à pressão mais severa da Omicron”, continuou.
A empresa disse ainda que a administração de duas doses – ambas de 100 microgramas – da sua vacina cria anticorpos pouco neutralizantes contra a variante Omicron, mas que uma dose de reforço de 50 microgramas aumenta os anticorpos neutralizantes e uma dose de reforço de 100 microgramas leva a níveis de anticorpos ainda mais elevados (mais de 80 vezes os níveis de pré-reforço).
Estes dados surgem na sequência da análise de amostras de sangue de pessoas que receberam uma vacina contra um pseudovírus concebido para se assemelhar à variante Omicron.
Burton disse que é da responsabilidade dos governos e reguladores avaliar se querem o nível de proteção melhorado que uma dose de 100 microgramas pode conferir.
Além disso, a farmacêutica garantiu que a dose de 100 microgramas é geralmente segura e bem tolerada, embora haja uma tendência para reações adversas ligeiramente mais frequentes.
Os reguladores norte-americanos já autorizaram o reforço de 50 microgramas da vacina de Moderna em outubro.
A Omicron, uma variante altamente contagiosa detetada pela primeira vez no mês passado na África Austral e Hong Kong, espalhou-se por todo o mundo e foi notificada em 89 países, informou a Organização Mundial de Saúde, no sábado.
Apesar de o número de casos de Omicron estar a duplicar em áreas com transmissão comunitária, muito permanece desconhecido sobre a variante, incluindo a gravidade da doença que causa.