Pessoas com olhos azuis podem ter melhor visão em condições de pouca luz do que as que têm olhos castanhos.
Um novo estudo concluiu que pessoas com olhos azuis conseguem ler melhor em condições de pouca luminosidade. A descoberta sugere que ter olhos desta cor é uma vantagem e pode ajudar a explicar por que motivo esta característica evoluiu no norte da Europa.
Ainda assim, o estudo “é preliminar” e, portanto, precisa de ser confirmado numa investigação de maior escala.
Citado pela New Scientist, o investigador Kyoko Yamaguchi, da Liverpool John Moores University, no Reino Unido, referiu que, quando se mudou do Japão para a Europa, notou que o ambiente era “demasiado escuro para ler”.
Este detalhe fez com que o cientista se questionasse sobre se haveria uma base biológica para a iluminação mais fraca, ao invés de ser apenas explicada por uma base cultural.
Foi então que se juntou à sua aluna Faith Erin Cain para testar a visão de 40 pessoas de ascendência europeia com olhos azuis e castanhos.
Num primeiro momento, os participantes ficaram sentados numa sala escura durante 30 segundos. Depois, os cientistas aumentaram gradativamente o brilho da iluminação até que os voluntários conseguissem ler uma sequência de letras numa parede a 3 metros de distância.
Os que tinham olhos azuis precisavam, em média, de um nível de luz de 0,7 lux, enquanto que as pessoas com olhos castanhos precisavam de um pouco mais: 0,82 lux.
Há especialistas que afirmam que a teoria de que ter olhos azuis ajuda em condições de pouca luz faz sentido, mas o número de voluntários neste estudo foi demasiado pequeno para se poder tirar conclusões.
“O conceito é plausível”, sublinhou Cassie Ludwig, investigadora da Universidade de Stanford, na Califórnia. Já Pirro Hysi, do King’s College London, admite que pode ser possível, “mas não foi comprovado porque as análises foram baseadas numa pequena amostra”.
Caso a descoberta seja confirmada numa investigação posterior, poderá ajudar a explicar porque é que os olhos azuis evoluíram em algumas populações no norte da Europa.
Para já, as descobertas surgem num artigo científico, que ainda carece de revisão por pares, disponível no bioRxiv.