Templo submerso com 2000 anos da “civilização Indiana Jones” encontrado em Itália

M. Stefanile

O templo encontrado perto de Nápoles terá sido construído por imigrantes nabateus e mistura elementos arquitétonicos da cultura nabateia e romana.

Arqueólogos descobriram altares antigos submersos e placas de mármore com inscrições perto de Nápoles, em Itália, revelando os restos de um templo com 2000 anos que se crê ter sido construído por imigrantes nabateus — um antigo reino árabe conhecido pelo templo da sua capital, Petra, que é considerado uma das sete maravilhas do mundo e foi cenário do filme Indiana Jones e a Última Cruzada.

A descoberta, localizada ao largo da costa de Pozzuoli, lança luz sobre a ligação histórica da região aos comerciantes estrangeiros e às atividades marítimas romanas.

Os achados, publicados na revista Antiquity a 12 de setembro, incluem dois altares de mármore e placas com inscrições dedicadas a Dushara, a divindade principal da religião nabateia.

A estrutura do templo, construída com elementos arquitectónicos romanos e com inscrições em latim, sugere uma mistura de cultura nabateia e romana. Os arqueólogos fizeram esta descoberta enquanto cartografavam o fundo do mar na região vulcânica de Campi Flegrei.

O local de Pozzuoli, conhecido como Puteoli no tempo dos romanos, era um porto essencial onde os navios de todo o Império Romano atracavam para comercializar mercadorias, como os cereais.

Ao longo dos séculos, a atividade vulcânica submergiu partes significativas do antigo porto, preservando edifícios e artefactos da era romana.

Os investigadores há muito que suspeitavam da existência de um templo enterrado, com base em artefactos recuperados do mar que remontam ao século XVIII, mas a sua localização exacta permanecia desconhecida até agora.

A arquitetura e as inscrições do templo confirmam a sua dedicação aos deuses nabateus. Os altares apresentam nichos que provavelmente continham pedras sagradas, enquanto as placas de mármore têm a inscrição “Dusari sacrum”, que significa “consagrado a Dushara”.

O historiador romano Steven Tuck, que não participou no estudo, sublinhou que os nabateus eram comerciantes ricos, conhecidos por controlarem bens de luxo como incenso, perfumes e marfim. A sua presença em Puteoli, a segunda maior cidade e o principal porto da Itália romana, é consistente com o seu papel de comerciantes influentes, relata o Live Science.

O Reino Nabateu, que se estendia desde o norte da Arábia até ao Mediterrâneo oriental, foi absorvido pelo Império Romano em 106 d.C. O enterramento deliberado do templo no século II d.C. pode refletir as mudanças políticas e económicas que se seguiram à anexação romana de Nabateia.

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