Produção eólica bateu recorde nacional graças à depressão: geração de eletricidade a partir do vento atingiu os 112,4 GWh, 56% do consumo elétrico do país.
A depressão Martinho veio com tudo: provocou um total de 5.800 ocorrências entre as 00:00 de quarta-feira e as 11:00 desta quinta-feira, sobretudo queda de árvores, mas os seus ventos fortíssimos de quase 160 quilómetros por hora até incêndios rurais provocaram no Alto Minho.
Mas se tudo o vento levou, também trouxe boas notícias: um novo recorde histórico na produção de energia eólica.
Segundo a REN – Redes Energéticas Nacionais, esta quarta-feira, a geração de eletricidade a partir do vento atingiu os 112,4 GWh, superando o anterior recorde de 110,3 GWh registado a 24 de novembro.
Esta forte produção permitiu que a energia eólica abastecesse 56% do consumo elétrico nacional nesse dia. No total, as fontes renováveis foram responsáveis por 92% da eletricidade consumida em Portugal.
Além disso, a potência eólica máxima alcançada durante a tempestade atingiu os 5080 MW às 12h15, superando o recorde anterior de 5034 MW.
Desde o início de 2025, a energia renovável tem dominado o abastecimento elétrico do país — 79% do consumo total. Dentro desse segmento, a energia hídrica lidera com 39%, seguida pela eólica com 28%, a solar com 7% e a biomassa com 5%.
No mês passado, 78% do consumo elétrico também foi garantido por fontes renováveis. A energia hidroelétrica beneficiou de condições favoráveis, registando um índice de produtibilidade de 1,28 (acima da média histórica de 1). Mas tanto a energia eólica como a solar foram prejudicadas por condições meteorológicas mais complicadas, com índices de produtibilidade de 0,71 e 0,83, respetivamente.
A energia solar, apesar das adversidades meteorológicas, continua a crescer, graças ao aumento da capacidade instalada. Em fevereiro, a potência solar entregue à rede atingiu pela primeira vez valores de ponta na ordem dos 2800 MW — um crescimento homólogo de 27%.