Tensão contínua desnecessária pode levar à “síndrome de ampulheta” e reduzir o espaço dos órgãos. A pressão pode afetar até a capacidade respiratória.
Por vezes, depois de uma grande jantarada ou de um snack a mais, sentimo-nos demasiado inchados. Não parece natural a “bola” rija que se forma na zona abdominal — mas o cenário, avisa o The Conversation, pode ser bem pior se tentar meter o estômago para dentro.
Entre os mais ativos do corpo, os músculos abdominais garantem estabilidade, equilíbrio e proteção para a coluna e órgãos internos. No entanto, certas condições de saúde ou tensão contínua — que se proporciona quando “força” a barriga para dentro — podem levar a um desequilíbrio nestes músculos e, eventualmente, a uma condição conhecida como “síndrome de ampulheta”.
Este desequilíbrio na estrutura abdominal pode desencadear uma espécie de prega ou vinco visível no centro do abdómen, devido à acumulação de tecido adiposo na parte inferior do abdómen. Aumentando a pressão na parte inferior das costas e do pescoço, a contração a longo prazo dos músculos abdominais pode, se não for tratado, reduzir o espaço dos órgãos internos e afetar outras partes do corpo.
As questões de imagem corporal levam algumas pessoas a encolher o estômago, de forma a parecerem mais magras, mas esta é apenas uma de quatro principais causas da síndrome.
Condições congénitas como gastrosquise ou onfalocele (que levam ao desenvolvimento incorreto dos músculos abdominais), má postura (que resulta em deslocamentos na coluna e desequilíbrios musculares) e dor abdominal crónica (que leva à contração muscular voluntária ou involuntária) são alguns dos motivos do aparecimento da condição.
Com o aumento da pressão do abdómen, a condição pode chegar a afetar a capacidade respiratória: a pressão superior afeta a capacidade do diafragma de puxar o ar, enquanto a pressão inferior aumenta a força sobre os músculos do pavimento pélvico.
Apesar das potenciais adversidades que apresenta, a síndrome do ampulheta é reversível.
Há exercícios que ajudam a corrigir os desequilíbrios musculares provocados pela condição, tais como pranchas e pontes que fortalecem os músculos do núcleo abdominal. Manter uma boa postura e deixar a barriga “respirar” naturalmente é essencial.