Futuro detetor de cancros? Nova tecnologia conseguiu ver o brilho de tumores

Don McCullough / Flickr

Reator nuclear na Reed College, nos Estados Unidos, onde é possível ver a radiação de Cherenkov.

Um protótipo de uma máquina de imagiologia que se baseia numa luz azulada, chamada radiação de Cherenkov, captou com sucesso a presença e a localização de tumores de pacientes com cancro.

A radiação de Cherenkov acontece quando partículas muito rápidas, ou dotadas de uma grande energia, atravessam uma substância transparente e provocam uma emissão luminosa de cor azul-clara mais ou menos intensa.

As imagens de luz de Cherenkov foram classificadas como “aceitáveis” ou mais para 90% dos pacientes.

Nesta nova tecnologia, as partículas libertadas fazem com que o tecido alvo vibre e relaxe de uma forma que emite luz, que é depois capturada por uma câmara, explica o Science News.

Entre maio de 2018 e março de 2020, no maior ensaio clínico do género, 96 participantes foram observados com esta tecnologia, conhecida como Imagiologia de luminescência de Cherenkov (CLI, em inglês).

A CLI detetou todos os rastreadores. Os investigadores perceberam, assim, que a nova tecnologia é mais versátil do que análises TAC, que funcionam apenas com alguns rastreadores.

E.C. Pratt et al.

Comparação entre CLI e TAC.

Embora as imagens não sejam tão precisas, a CLI pode ser usada como um teste de diagnóstico inicial ou para avaliar o tamanho geral de um tumor em tratamento.

“Seria uma maneira rápida e fácil de ver se há algo errado… [que justifique] uma investigação mais aprofundada”, disse Edwin Pratt, coautor do estudo publicado na revista científica Nature Biomedical Engineering.

As descobertas fortalecem o caso da tecnologia como uma alternativa promissora de baixo custo que pode expandir o acesso a imagiologia nuclear em hospitais, argumenta Antonello Spinelli, cientista que não esteve envolvido na pesquisa.

ZAP //

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