Taxas de retenção são as mais baixas do século (mas continua a chumbar-se muito no 12.º ano)

Valter Campanato / ABr

Em 2017/2018, as taxas de retenção em todos os ciclos de ensino foram as mais baixas do século. A maior percentagem de chumbos entre os alunos do ensino não superior continua a registar-se no 12.º ano.

Seja qual for o ciclo ou o ano de escolaridade, as taxas de retenção registadas em 2017/2018, divulgadas esta quinta-feira pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), são as mais baixas desta década.

No 1.º ciclo passaram de 12,7% para 5,1%.; no 2.º desceram de 12,7% para 5,3%, no 3.º de 18,2% para 7,8% e no ensino secundário de 39,4% para 13,9%, adianta o jornal Público.

Ainda assim, a maior percentagem de chumbos entre os alunos do ensino não superior continua a registar-se no 12.º ano, que atualmente é o final da escolaridade obrigatória. Em 2017/2018 a percentagem de alunos que reprovaram no 12.º ano foi de 24,5%, muito longe dos 52,2% registados em 2000/2001.

Os dados revelam que, no ensino básico, é nos anos iniciais de cada ciclo que as reprovações continuam a disparar. No 3.º ciclo, por exemplo, a taxa de retenção em 2017/2018 foi de 9,8% no 7.º ano, enquanto no 9.º estava nos 6,5% apesar dos alunos deste ano realizarem provas finais a Português e Matemática, que contam 30% para a nota final.

Mas há duas exceções neste padrão. Como os alunos do 1.º ano não podem ser reprovados, o valor mais alto de retenções no 1.º ciclo continua a ser no 2.º ano: aos sete anos ficaram retidos 6,6% dos alunos. A outra exceção acontece no ensino secundário, em que a taxa de retenção no 10.º ano foi 11,1%, enquanto no 12.º era de 24,5%.

O ministro da Educação Tiago Brandão Rodrigues destacou, em declarações à Lusa, a evolução positiva que se tem vindo a registar e que aproxima Portugal “dos países da Europa com quem nos queremos comparar”.

“Muitos destes alunos que agora fazem parte desta nova estatística positiva são alunos que vêm de meios socioeconomicamente desfavoráveis”, sublinhou o governante, defendendo que este é o resultado de um “conjunto de estratégias”, criadas a pensar nos anos de escolaridade mais críticos, mas também focado em todos os jovens que têm problemas de insucesso.

“Esta redução do lastro histórico de um insucesso escolar massivo, que sabemos que é socialmente seletivo e muito associado à reprodução de ciclos de pobreza, tem de ser um desígnio nacional”, defendeu ainda Tiago Brandão Rodrigues.

ZAP //

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