Passadas as perturbações causadas pela pandemia, os números de retenção e abandono sobem pela primeira vez em oito anos.
Pela primeira vez em oito anos, as taxas de retenção e abandono subiram em todos os níveis de ensino, à exceção do 12.º ano. Ainda assim, a percentagem de alunos que não concluíram o ano-letivo está em linha com o que se verificava antes da pandemia da covid-19 e é suficiente para manter a tendência positiva que vinha de trás.
Perante estes números, que constam do relatório Estatísticas da Educação 2020/21, publicado pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência e citado pelo jornal Público, Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, considera que o que está em causa é um “regresso à normalidade“.
No mesmo ano letivo, a taxa de retenção e abandono, em todo o ensino básico, fixou-se em 3,1%, ou seja, quase um ponto percentual acima do verificado em 2019/20. Anda assim, a variação no ensino secundário, em relação ao ano anterior é positiva, como resultado do impacto do 12.º ano – o indicador diminui de 8,5% para 8,3%.
O Público destaca ainda que, no total, chumbaram ou desistiram do ensino obrigatório cerca de 62 mil estudantes dos mais de 1,3 milhões de inscritos no último ano letivo. Para os investigadores da área da investigação, estes números devem ser lidos com precaução, já que é preciso ter em conta que, em 2019/2020, o primeiro ano letivo atingido pela pandemia, estes números caíram 3%, num reflexo claro da conjuntura que se estava a viver.
Como tal, José Verdasca, coordenador do Programa Nacional de Promoção do Sucesso Escolar, nota que os números de 2021 não diferem dos de 2019, ou seja, pré-pandemia. Para o responsável ouvido pelo Público, o mais importante é “olhar para a tendência“, a qual, destaca, “não sofreu uma inflexão“. “Não há manifestamente um regresso a uma disposição geral para a reprovação”, aponta.