Tartaruga “panqueca” com 150 milhões de anos encontrada na Alemanha

(dr) Peter Nickolaus

Impressão de artista da tartaruga “panqueca” Solnhofia parsonsi

Uma equipa de cientistas encontrou um fóssil muito bem preservado de uma tartaruga achatada do período Jurássico tardio. O antigo réptil nadava em águas pouco profundas perto de um conjunto de ilhas na atual Baviera.

O espécime achatado de Solnhofia parsonsi foi encontrado no sul da Alemanha, numa Baviera com um aspeto muito diferente do da região atual. Há cerca de 150 milhões de anos, era um arquipélago tropical pouco profundo com recifes de corais à sua volta.

Quando animais como esta tartaruga morriam nestas massas de água salgada e com pouco oxigénio, os necrófagos tinham muita dificuldade em separar os seus restos mortais.

“A muito boa preservação dos fósseis nas camadas de calcário pode ser explicada pelas condições ambientais da época”, disse o paleoecologista da Universidade de Tübingen, Andreas Matzke, em comunicado.

É por isso que a descoberta deste espécime é tão importante: atualmente, o seu estudo é fundamental para ajudar os paleontólogos a descobrir mais informações sobre a evolução destes répteis em ecossistemas marinhos mais superficiais.

Fóssil da tartaruga “panqueca” Solnhofia parsonsi

Ao contrário das tartarugas atuais, os membros anteriores e posteriores desta tartaruga são curtos, um pormenor que sugere que vivia perto da costa.

Já a cabeça e a carapaça (parte superior das costas), que também estão muito bem preservadas no fóssil, revelam que o animal tinha um bico longo e pontiagudo e um crânio triangular com cerca de 5 centímetros de comprimento.

A carapaça apresenta uma forma única que se assemelha a um polígono de cinco lados e a parte de trás uma pequena cavidade, característica da espécie.

“A Solnhofia parsonsi pode ter usado a sua grande cabeça para esmagar alimentos duros, como invertebrados com carapaça, como fazem algumas tartarugas modernas, mas isso não significa que estes constituíssem exclusivamente a sua dieta”, explicou Márton Rabi, co-autor do artigo científico publicado no Scientific Journals.

De acordo com o Interesting Engineering, esta tartaruga destaca-se por ser apenas a segunda a preservar tanto o crânio como os ossos traseiros do corpo nas suas posições naturais.

As suas articulações revelam que os ossos estão ligados da mesma forma que estavam durante a vida do animal, o que permite aos cientistas estudar a anatomia completa do espécime e obter informações valiosas sobre a sua estrutura, estilo de vida e história evolutiva.

ZAP //

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