Inédito: TAP com lucro no primeiro semestre

Prejuízo de 202 milhões de euros transformado em lucro de quase 23 milhões. E vem aí um segundo semestre “intenso”.

A TAP alcançou um lucro de 22,9 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, depois de ter contabilizado um prejuízo de 202,1 milhões de euros no mesmo período do ano passado, anunciou hoje a companhia aérea portuguesa.

Trata-se da primeira vez que a transportadora aérea “regista resultados positivos nos primeiros seis meses de um ano, desde que os resultados semestrais são publicados (2019)”, realça a TAP em comunicado.

Nos primeiros seis meses deste ano, o resultado líquido da TAP representa “uma melhoria de 225 milhões de euros“, face a idêntico semestre do ano passado, adianta na nota divulgada.

Além disso, refere que o resultado líquido positivo, de 22,9 milhões de euros, alcançado no primeiro semestre deste ano, representa em relação a 2019, período pré-pandemia de covid-19, um aumento de 134,9 milhões de euros.

A TAP considera que o bom resultado se alicerça no “forte crescimento das receitas operacionais”, que ascenderam a 1,9 mil milhões de euros, com um “aumento relevante” de 600 milhões euros (+44,3%) face ao mesmo período de 2022.

“Este crescimento é revelador da abordagem equilibrada adotada pela TAP na capitalização de oportunidades de mercado”, justifica a transportadora aérea portuguesa.

A TAP apresentou um Ebitda recorrente de 361,7 milhões de euros e uma margem de 19%, enquanto o Ebit (lucro operacional) recorrente também se manteve forte, em 124,5 milhões de euros, com uma margem de 6,5%, reforçando assim o compromisso da companhia aérea em “proporcionar valor sustentado” aos stakeholders e manter uma “abordagem equilibrada” no desempenho financeiro, adianta.

Quanto à liquidez da TAP, apesar do reembolso das Obrigações 2019-2023, no valor de 200 milhões de euros, a transportadora aérea nacional manteve, no período em análise, uma “posição de liquidez forte” de 899,7 milhões de euros.

A robustez financeira resultou numa melhoria significativa do rácio dívida financeira líquida / Ebitda (resultado operacional bruto) no final do primeiro semestre deste ano, atingindo um nível de 2,5 vezes, uma melhoria notável em relação ao rácio de 3,5 vezes registado no final de 2022.

O presidente executivo da TAP, Luís Rodrigues, considerou que os resultados semestrais “reforçam a tendência sustentada de melhoria comercial e financeira da TAP, atingindo um excelente desempenho com um resultado líquido positivo no primeiro semestre”.

“As margens operacionais e o trajeto de desalavancagem, acima das metas do plano de restruturação, provam a sustentabilidade financeira do Grupo num momento crítico da nossa história”, acrescentou.

No entanto, advertiu que “ainda há um longo caminho a percorrer e que envolver cada vez mais os trabalhadores, gerir o histórico de reclamações e melhorar as operações têm sido a nossas principais prioridades, o que já nos permitiu capitalizar no período de verão”.

“A procura continua forte, com as reservas para os próximos trimestres a atingirem valores consideráveis, indiciando um segundo semestre intenso, para o qual a TAP estará preparada”, salientou o gestor.

A TAP transportou um total de 7,6 milhões de passageiros, mais 30,2% face a igual período do ano anterior, atingindo 96% dos valores alcançados em 2019.

Durante este período, o número total de voos operados também aumentou em 17,9%, atingindo 89% dos níveis pré-crise, lê-a no comunicado.

A capacidade, por sua vez, superou os níveis pré-crise, atingindo 104%, representando um aumento de 21,4% na comparação com o primeiro semestre de 2022, sendo que o ‘Load Factor’ aumentou 5,5 pontos percentuais (p.p.) em termos homólogos, atingindo 80,2% no semestre em apreço, melhorando também em 0,5 p.p. face ao primeiro semestre de 2019.

Nos primeiros seis meses deste ano, as receitas operacionais totalizaram 1.906,3 milhões de euros, um aumento de 44,3% face a igual semestre de 2022, e um aumento de 31,6% em relação ao primeiro semestre de 2019.

As receitas de passageiros divididas por lugar – quilómetro no primeiro semestre deste ano foram de 6,86 euros, tendo aumentado em 22,6% (1,27 cêntimos) quando comparado com o valor do mesmo período de 2022 e 29,0% (1,54 euros) quando comparado com 2019.

Os custos operacionais recorrentes, por seu turno, aumentaram 35,0%, atingindo 1.781,8 milhões.

// Lusa

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