Cientistas criam transístor que imita a inteligência humana

Concebido por investigadores da Northwestern University, do Boston College e do MIT, o tranístor sináptico imita o pensamento humano e é o primeiro a funcionar à temperatura ambiente.

Uma equipa de investigadores criou um transístor que armazena e processa informações, tal como o cérebro humano, e realiza tarefas cognitivas.

A tecnologia, batizada de “transistor sináptico”, imita a arquitetura do cérebro – na qual o poder de processamento e a memória estão integrados no mesmo lugar. Este modelo difere da arquitetura de computação convencional, na qual o processador e a memória são componentes fisicamente separados.

Segundo o Interesting Engineering, funciona à temperatura ambiente, ao contrário de outros dispositivos semelhantes que só funcionam a temperaturas muito baixas, e é muito eficiente em termos energéticos.

Além disso, o instrumento é bastante rápido e consegue lembrar-se de coisas mesmo quando não está ligado, uma característica que o torna perfeito para o uso quotidiano.

Esta não é a primeira vez que os cientistas constroem transístores sinápticos, mas este é o primeiro a funcionar à temperatura ambiente.

Os anteriores contam com um wafer de silício, mas, nesta nova abordagem, os investigadores empilharam grafeno de camada dupla (BLG) e nitreto de boro hexagonal (hBN), torcendo-os propositadamente para formar aquilo que é conhecido como “padrão moiré”.

Quando giraram uma camada na outra, surgiram novas propriedades eletrónicas que não existiam em nenhuma das camadas separadamente. No fundo, fazer o transístor funcionar à temperatura ambiente exigiu o uso de um grau específico de torção e a adoção de um alinhamento quase perfeito entre o BLG e o hBN.

“Com a torção como novo parâmetro de design, o número de permutações é vasto”, salientou o investigador Mark Hersam. “O grafeno e o nitreto de boro hexagonal são estruturalmente muito semelhantes, mas suficientemente diferentes para se obterem efeitos de moiré muito fortes.”

A equipa treinou o transístor para reconhecer padrões. Começaram com o 000 e, depois, pediram-lhe para identificar padrões semelhantes como 111 ou 101.

O dispositivo reconheceu com sucesso estes padrões, revelando uma forma de aprendizagem chamada aprendizagem associativa.

“Se o objetivo da Inteligência Artificial é imitar o pensamento humano, uma das tarefas de nível mais baixo seria a classificação de dados, que é simplesmente ordenar em compartimentos”, referiu Hersam. “O nosso objetivo é fazer avançar a tecnologia na direção do pensamento de nível superior.”

A nova tecnologia, descrita num artigo científico publicado na Nature Communications, pode ajudar a tornar a IA mais inteligente e mais adaptável.

ZAP //

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