Revelados os “tachos” do Chega no Parlamento e nas autarquias

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Manuel Fernando Araújo / Lusa

O partido já contratou vários candidatos autárquicos ou jotas para trabalharem como assessores nos municípios ou na Assembleia da República.

“Portugal precisa de uma limpeza” e o apelo ao fim dos “tachos” são slogans frequentes na campanha do Chega. No entanto, segundo a Sábado, o partido de André Ventura também tem um historial de contratar membros do partido para cargos municipais ou no Parlamento e de assinar contratos com as suas empresas.

Um dos casos é referente ao gabinete municipal em Lisboa, onde Flávia Reis Lopes foi contratada por ajuste directo para dar apoio administrativo na Assembleia Municipal de Lisboa, apesar de ter obtido um mau resultado como cabeça de lista na Golegã. O contrato inicial previa um pagamento de 500 euros mensais, mas o valor foi mais tarde aumentado em 100 euros.

Outros candidatos autárquicos que não foram eleitos, como José Maya e Tânia Morgado, também receberam contratos para assessoria do grupo municipal do Chega em Lisboa, com remunerações iniciais de 900 euros que posteriormente foram aumentadas para 1050 euros.

A empresa de Nuno Pardal, vice-presidente da distrital de Lisboa e membro da Assembleia Municipal, também foi contratada por 1725 euros mensais para fazer serviços de assessoria para o vereador do Chega em Loures, Bruno Nunes. Em resposta à Sábado, Bruno Nunes justifica a escolha por ser o “preço mais baixo” e devido à “confiança técnica e política” que tem nos pareceres técnicos da empresa, que escrutinam os gastos da autarquia.

Adicionalmente, outros membros do Chega foram contratados em diferentes autarquias, como em Odivelas, onde o jota Ricardo Reis foi escolhido como assessor do vereador Nuno Beirão, com uma avença de um ano no valor de 18 167 euros.

Em resposta, uma fonte parlamentar do Chega não comenta nenhum dos casos em específico, mas garane que as “orientações nacionais são para que as contratações sejam feitas pelo mérito e pela capacidade de trabalho”. “Aliás, o grupo parlamentar do Chega contratou várias pessoas sem vínculo ao partido e até outras vindas de outros partidos, prova evidente de que não há boys and girls”, refere.

Adriana Peixoto, ZAP //

13 Comments

  1. E os tachos do PS e da AD e dos outros partidos? Não querem revelar?
    Principalmente quando vemos os tachos que o PS criou ao longo dos anos.
    Fazer esta campanha a poucos dias das eleições é vergonhoso.

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  2. Ajustes directos com salários de 20k ao ano? Venham mais politicos iguais a esses!
    Os anteriores não faziam menos de 60k ao ano com casos de ajustes diretos de 100k.

    Se o PS ou PSD tiver alguem a querer trabalhar por 20k ao ano fico surpreso!

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  3. Mas alguem acredita que o Chega seria diferente dos outros? Faz é ainda Pior e quem não aceitar sai como já aconteceu a alguns Militantes

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  4. Estava bastante indeciso, mas após este texto, e com estes milhões em “tachos” para o CHEGA (jotas por todo o lado a trabalhar com ordenados milionários), decidi finalmente votar no Ventura. Obrigado

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  5. Segundo parte da notícia Flávia Reis Lopes, “apesar de ter obtido um mau resultado como cabeça de lista na Golegã”, foi contratada por ajuste direto para ajudar em Lisboa por 600€/mês, abaixo do salário mínimo (exploração laboral)….
    E Alexandra Reis (numa empresa intervencionada pelo Estado, a TAP) recebem 500.000,00€, decisão validade por WhatsApp pelo ministro do sector Pedro Nuno Santos.
    Mas que bela peça noticiosa, limpar Portugal!

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  6. Grande artigo de investigação sobre os boy´s do Chega- Dá mesmo para um artigo, atendendo à quantidade e aos valores em causa.
    Quanto aos outros partidos… não dá para um artigo, dá para muitos livros… se for possível publicar.
    De 20 mil euros até 500 mil, realmente, é escandalosa a diferença, deveriam ser presos por usarem tão pouco dinheiro público.

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  7. Coitados do “Chega “ ainda tem muito que aprender com os tachistas do PSD e especialmente dos catedráticos do PS.
    Estes sim, verdadeiros tachistas e incompetentes.

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  8. Um mau exemplo, para quem faz umacruzada contra os tachos…parafraseando a sabedoria popular “faz o que eu digo, não faças o que eu faço”…

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  9. São todos iguais. Se no tempo de Salazar criticavam os tachistas, agora há muitos mais, corruptos e incompetentes sem vergonha. Nesta area, Portugal é a lama (para náo dizer outra coisa) da Europa. O Bostas também regressou dos submarinos…

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  10. Ainda não têm poder nenhum e já mostram ao que vêm. Gritam contra os imigrantes, mas vivem à custa dos votos dos imigrantes brasileiros evangélicos. Tem povo que é cego…

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  11. Escolher pessoas da confiança política para cargos políticos ou com relevância para os respetivos partidos, parece ser a prática transversal no panorama português – da extrema-esquerda à direita.
    Por isso, nada a referir!
    Já quanto ao desavergonhado apoio que a generalidade do jornalismo, da SIC e do Expresso, em particular, dão aos partidos do “dito” sistema, é outra coisa.
    Enfim ….!

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  12. Que campanha mais p o r c a a que tentam fazer contra partidos que se tornam incómodos para os demais. Não sou de nenhum partido nem afinidades com qualquer ideologia (aliás, hoje em dia em nenhum partido existe ideias quanto mais terem alguma ideologia ) em todos eles e em todas as actividades onde o ser humano tenha alguma acção que seja colectiva todos os denominados tachos, favores especiais, de toda a espécie, submissões…… enfim a lista de adjectivos seria imensa, comprova simplesmente que não existe idoneidade, orgulho em ser alguém com valores e princípios. Mas efectivamente alguns divertem o povo quando se desmascaram como incompetentes e sim “boys” do denominado sistema, saiem, travestisam-se e aparecem como os salvadores de algo que nem eles acreditam existir, mas apostam na eterna “memória curta” que o povo tem. Evoluam e pensem por si próprios, informem-se e tentem ser seres humanos com valores

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