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“Pai, pára o ardor!” Há suspeitas de que a Turquia usou fósforo branco contra civis curdos

Inspetores de armas químicas da ONU estão a investigar suspeitas de que as forças turcas usaram munições carregadas com fósforo branco sobre civis curdos.

Mohammed Hamid, de 13 anos, sofreu queimaduras graves na sequência da ofensiva militar turca no nordeste da Síria, na semana passada. Esta terça-feira, o jovem foi transferido para o aeroporto de Erbil, no Curdistão iraquiano, para viajar até França onde está agora a receber tratamento médico.

Segundo o Expresso, o adolescente vive em Ras al-Ayn, uma cidade na fronteira entre a Síria e a Turquia. Depois de vários dias de sofrimento, Mohammed chegou finalmente a solo francês, para receber tratamento médico adequado às suas necessidades.

Inicialmente, o pai levou-o a um hospital curdo, a cerca de 40 quilómetros da sua cidade natal, tendo demorado 12 horas a chegar. Mohammed esteve sem morfina ou analgésicos até chegar à unidade hospitalar e, à chegada, um jornalista do britânico do The Times testemunhou os gritos do jovem: “Pai, pai, pára o ardor!“.

Uma equipa de inspetores de armas químicas da ONU está a investigar as suspeitas de que as forças turcas usaram munições carregadas com fósforo branco contra civis curdos na Síria.

Hulusi Akar, ministro turco da Defesa, nega. “É um facto conhecido por todos que não há armas químicas no inventário das Forças Armadas turcas”, garantiu. Apesar de ser usado em operações de rotina, o fósforo branco é proibido em ataques contra civis por provocar queimaduras graves e dolorosas no contacto com a pele, informa o Expresso.

Rawaj Haji, da instituição de beneficência Barzani Charity Foundation, descreveu, em entrevista à France 24, que o corpo de Mohammed “está seriamente queimado“.

“Os médicos disseram que algumas partes estão mais de metade queimadas, enquanto outras estão queimadas em mais de 70%. Uma das mãos está tão queimada que ele não a pode usar. Ele precisa de profissionais para descobrir as razões das queimaduras e qual o tratamento a aplicar”, contou.

Na noite da passada terça-feira, Massoud Barzani, um político do Curdistão iraquiano, agradeceu no Twitter a Emmanuel Macron e ao “povo de França”. Uma hora mais tarde, confirmou-se que as palavras se deviam ao acolhimento de Mohammed em França.

ZAP //

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