Há suspeitas de que o Presidente do Burundi morreu de covid-19. África regista mais de 216 mil casos

World Economic Forum on Africa 2008

Pierre Nkurunziza, Presidente do Burundi

No Burundi, há suspeitas de que o Presidente tenha morrido de covid-19, apesar de o Governo ter afirmado que se tratou de uma paragem cardíaca.

O Presidente do Burundi, Pierre Nkurunziza, morreu, esta segunda-feira, aos 55 anos, alegadamente na sequência de uma “paragem cardíaca”, segundo o comunicado divulgado pelo Governo, que declarou uma semana de luto.

A mesma fonte adiantou que o chefe de Estado foi internado num hospital durante a noite de sábado, depois de se ter sentido mal, pareceu melhorar no domingo, mas, “para grande surpresa”, piorou “abruptamente” na segunda-feira de manhã, não tendo sido possível reanimá-lo.

Apesar deste comunicado, no Burundi há suspeitas de que o chefe de Estado tenha morrido de covid-19. “Quando a mulher de Nkurunziza foi enviada de avião para o Quénia, vítima de covid-19, muitos suspeitavam que o próprio Presidente estava doente”, disse Justin Nyabenda, um residente em Bujumbura, citado pela agência Associated Press.

A morte do Presidente acontece semanas antes de o candidato do partido no poder, Evariste Ndayishimiye, ser empossado como chefe de Estado depois de ter vencido as eleições de maio.

O Governo tem minimizado a pandemia e promoveu a realização de eleições e grandes comícios de campanha, apesar dos riscos de propagação da doença. As autoridades expulsaram, inclusive, funcionários da Organização Mundial de Saúde poucos dias antes das eleições, depois de a OMS ter manifestado a sua preocupação com as multidões nos comícios eleitorais. Oficialmente, o Burundi tem 83 casos de infeção.

África regista mais de 216 mil casos e 5756 mortos

O continente africano regista mais de 216 mil casos de covid-19, contabilizando 5756 mortos, mais 78 do que na quinta-feira, segundo o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana.

Os mais recentes dados da pandemia no continente indicam que o número de infetados passou de de 209.438 para 216.446, ou seja mais 7008 pessoas com o novo coronavírus. O número de doentes recuperados é agora de 97.068, mais 1795 do que os 95.273 registados na quinta-feira.

A região do continente mais afetada continua a ser o Norte de África, com 2454 mortos, em 61.615 casos.

O número de casos na África Austral tem aumentado mais do que a média do continente, mas a região continua a ser a segunda com mais casos (61.772) e 1239 mortos, a maioria concentrada na África do Sul, o país com maior número de casos no continente: 58.568 infetados e 1210 mortos, o mesmo número de quinta-feira.

A África Ocidental regista 887 mortos e 46.433 infeções, a África Oriental tem 719 vítimas mortais e 24.418 casos, enquanto na África Central há 457 mortos em 22.208 infeções.

O Egito é o país com mais mortos (1377) em 39.726 infeções, seguindo-se a África do Sul e depois a Argélia, com 741 vítimas mortais e 10.589 infetados.

Entre os países africanos lusófonos, a Guiné-Bissau é o que tem mais infeções, com 1389 casos, registando 12 mortos. Cabo Verde tem 657 infeções e seis mortos e São Tomé e Príncipe contabiliza 632 casos e 12 mortos, segundo as autoridades locais. Moçambique conta 489 doentes infetados e dois mortos e Angola tem 118 casos confirmados de covid-19 e cinco mortos.

A Guiné Equatorial, que integra a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), mantém há vários dias 1306 casos e 12 mortos, segundo o África CDC.

O primeiro caso de covid-19 em África surgiu no Egito a 14 de fevereiro, e a Nigéria foi o primeiro país da África subsaariana a registar casos de infeção, em 28 de fevereiro.

ZAP // Lusa

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