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O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, concedeu esta semana um indulto a Susan B. Anthony, uma norte-americana que em 1872 foi detida por tentar votar nas eleições presidenciais.
Depois de anos a defender que as mulheres também tinham o direito de votar, Susan Brownell Anthony acabou por ser detida em 1872 em Rochester, Nova Iorque, por tentar registar um boletim de voto, sendo também condenada a uma multa de 100 dólares.
Susan B. Anthony, julgada por um júri constituído apenas por homens, disse que nunca pagaria um cêntimo da multa, uma vez que considerava a sua pena injusta – e nunca chegou a pagar, refere a emissora britânica BBC.
A norte-americana, considerada uma figura crucial na luta das mulheres pelo direito do voto no país, ainda chegou a viajar pelos Estados Unidos, realizando dezenas de palestras e alguns protestos em prol do movimento sufragista, mas não viveria o suficiente para chegar a ver as mulheres votarem. Acabaria por morrer em 1906, aos 86 anos, ainda antes da assinatura da 19.ª emenda, a 18 de agosto de 1920.
Agora, no centenário desta data histórica para os Estados Unidos, Susan B. Anthony recebeu um indulto presidencial, interpretado por muitos como uma “jogada política” de Donald Trump. “Porque é que demorou tanto tempo?“, questionou o Presidente norte-americano durante a cerimónia, que decorreu na passada quinta-feira.
O museu dedicado à memória de Susan B. Anthony, que tem o seu nome, recusou o perdão de Donald Trump. “Se alguém quiser homenagear Susan B. Anthony nos dias de hoje, tomar uma posição contra qualquer forma de supressão de eleitores seria bem-vinda”, sugeriu o organismo, citado pelo Huff Post.
A ativista também gera alguma controvérsia, uma vez que há quem afirme que Susan B. Anthony terá marginalizado mulheres negras que também lutavam pelo sufrágio feminino e que a sua posição sobre o aborto não é totalmente clara.
Dias antes do indulto, Donald Trump anunciou o seu apoio à construção de um monumento em homenagem às sufragistas norte-americanas em Washington.
A BBC recorda que estes acontecimentos ocorrem durante a corrida à Casa Branca, em que Donald Trump vai medir forças com o democrata Joe Biden.
Donald Trump estará a tentar conseguir o votos as eleitoras norte-americanas que vivem nos subúrbios do país, que, em geral, concentram famílias de classe média e alta – grupo em que a aprovação do Presidente tem vindo a cair desde 2016.
As eleições presidenciais estão agendadas para novembro deste ano.
E ainda há quem fale na morosidade na justiça em portugal…