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Mistério continua por resolver: um mês após o início do surto de legionella, ainda não há respostas

Janice Haney Carr / CDC

Bacterias Gram-negativas de Legionella pneumophila

Há cerca de um mês que o mistério da origem da legionela continua por resolver. A doença continua a fazer mortos na região norte, mas de acordo com o Jornal de Notícias, não tem sido dado nenhum tipo de esclarecimento, resposta ou conselho às populações.

Foi no dia 29 de outubro que se iniciou o surto de legionela na região norte. A doença tem tido maior incidência nos concelhos de Matosinhos, Póvoa de Varzim e Vila de Conde, por isso aqui a busca por pistas tem sido incessante.

No dia 20 deste mês, a Longa Vida (que se localiza no concelho de Matosinhos, mais concretamente em Perafita) anunciou que a análise às suas torres deu positivo para a Legionella pneumophila, mas garantia que não era, ainda, possível estabelecer “uma correlação entre a presença desta bactéria nas torres de refrigeração e a origem do surto”.

Agora, uma semana depois, e de acordo com o JN, a fábrica não esclarece se as torres continuam desligadas, se procedeu à desinfeção e se o foco de contaminação foi sanado. Os moradores da localidade mostram-se cada vez mais receosos, pois a informação que lhes é dada é praticamente nula.

Há ainda muitas questões por responder, mas a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS/Norte) não prestou qualquer esclarecimento quando contactada pelo Jornal de Notícias. A responsável de saúde também não diz se as inspeções continuam a decorrer. O mais preocupante, é que ao longo de um mês, não foi dada nenhuma recomendação à população sobre formas de proteção.

Também as autarquias continuam sem respostas. Luísa Salgueiro, presidente da Câmara de Matosinhos, pediu esclarecimentos à ARS/Norte e às duas empresas, cujas torres foram preventivamente desligadas – Longa Vida e Ramirez. A autarca pediu os últimos relatórios da manutenção das torres e quer saber, face ao resultado positivo preliminar, que medidas tomaram, mas para já ainda continua à espera de respostas.

Neste momento o Ministério do Ambiente remete os esclarecimentos para a pasta da Saúde e a Procuradoria-Geral da República explica que o processo está “em segredo de justiça”, porém garante que está a fazer “todas as diligências necessárias”.

O que se sabe é que, numa primeira análise, foi testada a presença de material genético da bactéria legionela. Face aos positivos, Longa Vida e Ramirez foram obrigadas a parar as torres de refrigeração. Só depois de uma análise mais minuciosa é que foi possível aferir que no caso da Ramirez, deu negativo e da Longa Vida, positivo.

A ARS/Norte ainda aguarda os resultados das análises comparativas que estão a ser realizadas no Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.

Desde 29 de outubro, 87 pessoas foram diagnosticadas com esta doença. 48 delas estiveram internadas no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, 29 no Centro Hospitalar Póvoa de Varzim/Vila do Conde e 10 no Hospital de S. João, no Porto.

A legionela fez uma dezena de mortes, sendo que estes residiam nos concelhos de Matosinhos, Vila do Conde e Póvoa de Varzim.

Contudo, desde o último fim de semana que não há novos doentes.

ZAP //

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