A Veolia Portugal, responsável pela manutenção das torres de refrigeração do Hospital de São Francisco Xavier negou responsabilidade no surto de ‘legionella’, garantindo que “todos os procedimentos foram implementados corretamente”.
“Todos os procedimentos foram implementados corretamente e são perfeitamente rastreáveis. Da análise efetuada não foi encontrada qualquer ação ou omissão significativa suscetível de explicar a amplitude deste fenómeno”, precisa a empresa de climatização.
A Veolia Portugal adianta que, na sequência do surto de ‘legionella’ no Hospital de São Francisco Xavier, que já provocou cinco mortos, foi aberta uma investigação interna para “uma melhor clarificação” do quadro em que ocorreu este surto.
Apesar de estar em fase de conclusão, a empresa avança com algumas das indicações preliminares, sustentando que aplica “os procedimentos de prevenção do risco de ‘legionella’ em conformidade com as regras vigentes em Portugal, com as referências internacionais e com as exigências do Grupo Veolia”.
Além desta investigação interna, a Veolia Portugal adianta que solicitou ao ISQ, “como entidade independente e credível a nível nacional e internacional”, para realizar “com efeitos imediatos” uma análise aprofundada de toda instalação, verificando o estado de condição dos equipamentos e funcionamento do sistema.
A empresa considera também que “é fundamental ter em conta que um surto de ‘legionella’ resulta de uma conjugação de vários fatores”, sendo, por isso, “essencial efetuar todas as análises e testes necessários”.
“Em 20 anos de atividade em hospitais, a Veolia Portugal nunca conheceu uma situação semelhante”, refere, sustentando que “operam especificamente na central de trigeração” do Hospital de São Francisco Xavier e que não têm atividades “de limpeza e manutenção dos edifícios hospitalares, do sistema de águas quentes sanitárias nem dos depósitos da água fria”.
Segundo o Correio da Manhã, a empresa de climatização é a grande suspeita na mira da investigação do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa e da Polícia Judiciária (PJ) que, nesta fase do processo, entende que poderão ser imputados cinco crimes de homicídio negligente.
Além destes cinco, também poderão existir pelo menos 49 crimes – se alguns, por morte, não passarem a homicídio segundo o jornal – de ofensas à integridade física, simples ou grave consoante o estado de saúde dos pacientes.
O surto da bactéria infetou, até ao momento, 54 pessoas, encontrando-se atualmente cinco internadas em Unidades de Cuidados Intensivos, segundo a Direção-Geral da Saúde.
ZAP // Lusa