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Supernova explodiu muito perto da Terra há 2,5 milhões de anos

M. Kornmesser / ESO

Impressão de artista que mostra poeira a formar-se no ambiente em redor de uma explosão de supernova.

Físicos da Universidade Técnica de Munique (TUM) encontraram provas inequívocas de que uma supernova explodiu muito perto da Terra há cerca de 2,5 milhões de anos.

Uma equipa de cientistas da Universidade Técnica de Munique (TUM), na Alemanha, encontrou provas de que uma supernova explodiu muito perto do nosso planeta há 2,5 milhões de anos. A “prova do crime” não foi encontrada no Espaço, mas sim em depósitos de sedimentos no fundo do mar, avança o Science Daily.

Quando uma estrela “fica sem combustível”, isto é, quando esgota todo o hidrogénio que sustenta a fusão nuclear, transforma-se numa supernova que entra em colapso e explode, libertando em frações de segundo mais energia do que o total já produzido pelo Sol.

Os cientistas costumam dizer que as supernovas representam “o princípio e o fim”, já que, ao mesmo tempo que marcam o fim da vida de uma estrela, os elementos químicos produzidos durante a explosão são espalhados pelo Universo, “semeando” outras estrelas e planetas.

Além destes elementos químicos, as supernovas também emitem uma grande quantidade de radiação – na forma de luz visível, raios-X e ultravioleta – que pode ter consequências graves para qualquer biosfera.

A equipa de físicos, liderada por Gunther Korschinek, analisou as crostas de ferromanganês, um mineral produzido pela acumulação de sedimentos compostos por óxidos de ferro e manganês no fundo do mar.

Os cientistas encontraram um isótopo de ferro chamado Ferro-60 (60Fe), uma das substâncias produzidas por uma supernova. Este elemento tem uma “meia vida” de 2,6 milhões de anos, tempo após o qual decai e se transforma em níquel.

No entanto, esta substância não é exclusiva das supernovas, pelo que os cientistas concentraram as suas atenções noutro elemento: Manganês-53 (53Mn). Este sim, só pode ser produzido por uma supernova.

Uma pequena quantidade de Manganês-53 é depositada regularmente na Terra, mas encontrar mais do que a quantidade normal seria sinal da presença de uma supernova – e foi exatamente o que a equipa encontrou durante a análise das crostas de ferromanganês.

Os investigadores usaram um espectrómetro de massas com acelerador para contar a quantidade de átomos individuais na amostra, uma técnica que permitiu também saber que esta estrela teria uma massa entre 11 e 25 vezes a massa do Sol.

Segundo o artigo científico, publicado na Physical Review Letters, a estrela estava demasiado distante da Terra para gerar uma extinção em massa, mas terá “atingido” o nosso planeta com raios cósmicos.

Segundo Thomas Faestermann, coautor do estudo, estes raios podem aumentar a formação de nuvens. Por esse motivo, pode haver uma relação com as “eras do gelo” do período Pleistoceno, que começou há 2,6 milhões de anos.

ZAP //

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