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Supermercados portugueses na Venezuela passam a vender pelo último número do BI

Lex Arias / Flickr

Mercado em Caracas, na Venezuela

Mercado em Caracas, na Venezuela

A rede de supermercados Unicasa anunciou hoje que passará a vender produtos alimentares básicos segundo o Bilhete de Identidade dos clientes, uma medida que procura evitar a aglomeração de consumidores à procura de bens escassos no mercado.

Segundo a administração dos supermercados Unicasa, propriedade de portugueses radicados na Venezuela, a iniciativa de vender diariamente de acordo o último dígito do número do Bilhete de Identidade (BI), será “aplicável somente aos produtos cujo preço está regulado” pelo Governo venezuelano.

“Em função desta medida, às segunda-feiras vão ser atendidos os consumidores cujo último dígito do BI termine em 0 e 1, às terças em 2 e 3, às quartas em 4 e 5, às quintas em 6 e 7, às sextas em 8 e 9. Aos sábados de 0 a 4 e aos domingos de 5 a 9.

Em todos os casos, os clientes “devem apresentar o documento de identificação”, explica um comunicado da Unicasa, que se associaram a uma medida que já foi implementada pela rede estatal de supermercados.

As autoridades venezuelanas detiveram a 4 de Fevereiro passado o venezuelano Omar Ortuño, de 37 anos, administrador de uma sucursal da rede Unicasa, em Anzoátegui, 320 quilómetros a leste de Caracas e o estabelecimento foi multado pelo equivalente a 20 mil unidades tributárias (28.513 euros) por alegado “boicote” às medidas governamentais.

Segundo as autoridades, foram detectadas várias caixas registadoras inoperacionais e que alguns produtos de primeira necessidade eram vendidos no exterior do estabelecimento, “ocasionando longas filas de consumidores e expondo-os ao sol”.

Na Venezuela são cada vez mais frequentes as queixas da população sobre as dificuldades para conseguir produtos essenciais, como leite, óleo, café, açúcar, margarina, papel higiénico, lâminas de barbear, champô, sabonetes, preservativos, entre outros.

Diariamente, os supermercados registam grandes filas de clientes à procura de produtos que muitas vezes são vendidos na sua totalidade sem chegarem a ser colocados nas prateleiras.

Alguns cidadãos recorrem frequentemente a aplicações de telemóveis para saber onde chegam os produtos escassos e para avisar os amigos da sua existência em determinado local.

Para conseguirem os produtos essenciais, os venezuelanos perdem várias horas diárias nas filas de diferentes estabelecimentos comerciais.

/Lusa

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