Manuel Clemente já tem sucessor. Foi o primeiro monfortino português a chegar a bispo

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Cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente

Rui Valério é o novo patriarca de Lisboa. É bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança, sendo o primeiro no cargo proveniente dos Missionários Monfortinos.

O Vaticano anunciou hoje a nomeação do bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança, Rui Valério, como novo patriarca de Lisboa, sucedendo a Manuel Clemente, que pediu a resignação por limite de idade.

Rui Valério, de 58 anos, é natural de Urqueira, no concelho de Ourém, tendo sido ordenado padre em 1991, em Fátima.

Pertencente aos Missionários Monfortinos, foi o primeiro padre português daquela congregação a ser ordenado bispo.

Manuel Clemente, que esteve à frente do Patriarcado de Lisboa nos últimos 10 anos, completou 75 anos no dia 16 de julho, idade prevista para a apresentação da renúncia ao lugar de titular da diocese.

O novo patriarca de Lisboa, Rui Valério, foi o primeiro padre português ligado aos Monfortinos a ser ordenado bispo, em novembro de 2018, estando desde então à frente da diocese das Forças Armadas e das Forças de Segurança.

Com 58 anos, Rui Manuel Sousa Valério nasceu em Urqueira, no concelho de Ourém, bem próximo do Santuário de Fátima, na véspera de Natal de 1964.

Aos 11 anos, deu entrada no Seminário Monfortino, em Fátima, onde estudou, tendo em 1984 ingressado no noviciado, em Santermo-in-Colle, Bari, Itália, e feito a primeira profissão religiosa em 06 de setembro de 1985. Cinco anos depois fez os votos perpétuos e, em 1991, foi ordenado padre em Fátima.

Rui Valério estudou Filosofia, na Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma, bem como frequentou Teologia, na Pontifícia Universidade Gregoriana, onde concluiu a licenciatura, em 1992, com a especialização em Teologia Dogmática.

Em Leuven, na Bélgica, frequentou, entre 1995 e 1996, o curso de Espiritualidade Missionária, no Centro Internacional Monfortino e, na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, em 1997, iniciou o Doutoramento em Teologia.

A sua ligação às Forças Armadas, que agora cessa por via da nova nomeação, começou em 1992, como capelão no Hospital da Marinha, tendo em 2008 sido nomeado capelão na Escola Naval.

Passou por paróquias de Castro Verde, na diocese de Beja, e no Patriarcado de Lisboa, tendo também trabalhado, durante alguns anos, na formação dos Postulantes dos Missionário Monfortinos.

Em 2016, foi nomeado, pelo Papa Francisco, como “Missionário da Misericórdia”, durante o Ano Jubilar.

Nos últimos anos, foram várias as vezes em que sublinhou o papel dos militares portugueses como construtores da paz nas missões internacionais onde estão envolvidos, bem como enalteceu o desempenho das forças de segurança.

Também a questão dos abusos sexuais de menores no seio da Igreja esteve entre as suas preocupações.

Na missa crismal deste ano, o prelado, perante os capelães militares, qualificou os abusos sexuais de menores como “um autêntico murro no estômago” perpetrado por “indignos membros da Igreja”.

“O nosso coração está (…) cheio de amargura. Ao drama da guerra que há mais de um ano envolve a Ucrânia, barbaramente agredida pela Rússia, a Europa e o mundo, junta-se a má nova, agora comprovada com testemunhos e provas, de hediondos abusos molestadores perpetrados por indignos membros da Igreja, sobre vítimas inocentes e indefesas”, afirmou, então, na cerimónia realizada na Igreja da Memória, em Lisboa, catedral do Ordinariato Castrense.

Agora, aos 58 anos, Rui Valério ascende ao cargo de 18.º patriarca de Lisboa.

// Lusa

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