A tecnologia que permite retirar o carbono do ar existe há décadas, mas foi só nos últimos anos que multimilionários se juntaram às fileiras dos filantropos climáticos para financiá-la.
De acordo com o Interesting Engineering, uma startup na Islândia, a Carbfix, não está só a capturar o carbono do ar, mas também está a injetá-lo no solo, onde se transforma em pedra. Isso permite que o gás de efeito estufa seja contido com segurança em vez de escapar para a atmosfera e reter o calor.
A startup está a fazet parceria com a Climeworks AG, que constrói máquinas para capturar dióxido de carbono diretamente do ar. A equipa está a ampliar os seus projetos na central geotérmica de Hellisheidi para capturar as emissões de carbono à medida que são libertadas.
Cada um com aproximadamente o tamanho de um contentor de transporte, oito máquinas de capturar carbono estão a ser instalados na Islândia. De acordo com a agência Reuters, atualmente, estão a ser capturadas e armazenadas 50 toneladas de dióxido de carbono por ano, mas esta mudança aumentará a capacidade para quatro mil toneladas anuais.
Depois de o ar ser sugado pelos ventiladores e o dióxido de carbono ser extraído com filtros, o carbono é combinado com a água. Isso permite alcançar um ácido suave que é bombeado na rocha basáltica do subsolo.
Em entrevista à Bloomberg, Edda Sif Pind Aradottir, CEO da Carbfix, disse que “esta é uma tecnologia que pode ser escalada – é barata, económica e ecologicamente correta. Basicamente, estamos apenas a fazer o que a natureza tem feito há milhões de anos. Então, estamos a ajudar a natureza a ajudar-se”.
Segundo Aradottir, 95% do que era dióxido de carbono foi transformado em rocha em dois anos.
Uma das razões pelas quais a tecnologia de captura de carbono não alcançou o sucesso é porque pode ser cara. Porém, a central Hellisheidi consegue capturar carbono a um custo mais barato do que comprar créditos de carbono, que são criados quando um projeto verifica que reduziram, evitaram ou destruíram uma tonelada métrica de gases de efeito estufa.
Segundo o site da Carbfix, o processo custa cerca de 21 euros por tonelada, que é um preço muito menor do que o preço atual de cerca de 40 euros por tonelada no Sistema de Comércio de Emissões da União Europeia.
A Carbfix está a trabalhar com investigadores para fazer a tecnologia funcionar noutros tipos de rochas e pretende armazenar permanentemente mil milhões de toneladas métricas de dióxido de carbono em 2030.
“Nunca será a única solução”, disse Aradottir. “Somos ambiciosos e temos grandes esperanças de que possamos trazer a tecnologia em escala – e aí estou a falar sobre a escala de gigatonelada – e que possamos fazer isso rapidamente porque é disso que o mundo precisa.”