O Sporting pagou um preço alto por erros próprios e pela falta de eficácia na derrota (2-0) frente ao Wolfsburgo, em jogo da primeira mão dos 16 avos de final da Liga Europa em futebol.
A equipa leonina surpreendeu o Wolfsburgo na primeira parte, durante a qual controlou o jogo, porque teve mais bola do que o adversário e raramente a perdeu, o que lhe permitiu não se expor às transições ofensivas dos alemães, que são o ponto forte do seu jogo.
Houve mérito do Sporting pela forma como conseguiu gerir a bola e impor o seu jogo, mas a verdade é que beneficiou também de uma postura mais passiva dos alemães, quando se esperava que jogassem em pressão alta e colocando maior intensidade no seu jogo.
De resto, o Sporting, cuja defesa nunca esteve sob pressão a ponto de ser posta à prova, beneficiou da melhor oportunidade de golo até ao intervalo, justamente aos 35 minutos, nos pés de Carrillo, ao rematar ao lado em posição privilegiada para fazer golo.
O Wolfsburgo não foi uma equipa perigosa na primeira parte, porque teve menos bola e porque o Sporting raramente a perdeu, mas, na segunda parte, o cariz do jogo alterou-se substancialmente.
Logo no primeiro minuto, erro crasso de Nani, ao fazer um passe com força insuficiente para Montero, que ficou à espera da bola em vez de a atacar, de que resultou uma rápida transição ofensiva dos alemães e no seu primeiro golo.
Dois erros leoninos na mesma jogada, de Nani e Montero, e depois de Jefferson, que não foi lesto a sair e colocou em jogo o avançado holandês Bas Dost, que acorreu a um passe do central Naldo, no corredor central, e bateu Rui Patrício à saída deste.
O Sporting acusou o golo e deixou de ter a segurança de bola que mostrou na primeira parte, a equipa começou a perder passes e a expor-se aos lances de contra-ataque dos alemães, que entraram para a segunda parte mais agressivos na recuperação da bola e a colocar mais intensidade no seu jogo.
Não surpreendeu que tivessem chegado ao segundo golo aos 63 minutos, mais uma vez num lance típico e veloz de contra-ataque, que apanhou a defesa leonina descompensada, culminado com o desvio do avançado holandês, que bisou, após cruzamento de De Bruyne a cair ao segundo poste.
O Sporting passou um mau bocado e valeu-lhe três intervenções decisivas de Rui Patrício, a evitar que o resultado assumisse um caráter irreversível para as aspirações da sua equipa na Liga Europa, e a redimir-se do lance infeliz no Restelo, no domingo.
Marco Silva mexeu tarde na equipa, que precisava de um golo para reentrar na discussão da eliminatória em posição favorável, tendo lançado Mané apenas a 20 minutos do fim para o lugar de Carrillo, e Tanaka e André Martins, dez minutos depois, para as posições de Rosell e Montero, que há muito se eclipsara do jogo.
Há um momento que podia ter mudado o curso dos acontecimentos, ao minuto 73, quando Cedric, que entrou muito bem no jogo, fez um cruzamento milimétrico para a cabeça de João Mário, à entrada da pequena área, mas a técnica de cabeceamento deste é limitada e o remate saiu ao lado quando tinha tudo para fazer o golo.
O Wolfsburgo, tendo noção de que o 2-0 é um resultado confortável para gerir na segunda mão em Alvalade, arriscou menos na fase final da partida, preocupando-se mais em tapar os caminhos que levavam à sua baliza.