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Sporting 1-0 Santa Clara | Jovane desata nó açoriano

E vão oito jogos consecutivos sem perder para os “leões, todos sob o comando de Rúben Amorim. No final da tarde desta sexta-feira, o Sporting recebeu e venceu o Santa Clara por 1-0, num embate relativo à 31.ª jornada da Liga NOS.

Num duelo sobretudo táctico e sem grandes ocasiões, Jovane Cabral voltou a vestir a pele de herói, desatou o nó que veio dos Açores e apontou o único golo do encontro.

A equipa de Rúben Amorim voltou aos triunfos depois do empate diante do Moreirense, já o emblema dos Açores averbou o terceiro desaire de rajada e sempre com o mesmo resultado: 1-0.

Não obstante esta fase negativa, os ilhéus já alcançaram a permanência na Liga. Já os “leões” visitam agora o Dragão, podendo viabilizar ou estragar a festa portista.

O jogo explicado em números

  • Antes do apito inicial, destaque para as escolhas dos dois treinadores. Em relação ao nulo em Moreira de Cónegos, Rúben Amorim procedeu a quatro mexidas: Nuno Mendes, Eduardo Quaresma, Doumbia e Wendel foram titulares, ao passo que Luís Neto, Borja, Matheus Nunes e Battaglia ficaram de fora e a grande novidade era… Acuña a central.
  • Na formação açoriana, João Henriques apostou em Lincoln e Zaidu para as vagas de Costinha e de Francisco Ramos relativamente ao desaire ante o Marítimo (0-1).
  • Quando aos 14 minutos, Jovane Cabral cruzou, na sequência de um livre lateral, e Sporar tocou na bola com o ombro e esta saiu por cima da baliza do Santa Clara, já o Sporting dominava o encontro. Sem criar perigo, no entanto, a equipa tentava explorar os três corredores, imprimindo velocidade e algum critério na posse de bola.
  • Nestes instantes, os comandados de Rúben Amorim tinham 63% da posse de bola e um total de 111 passes trocados, ao passo que os visitantes apenas tinham 60 trocas registadas neste capítulo. À passagem do minuto 18, Nuno Mendes insistiu, persistiu, recuperou uma bola que parecia perdida, assistiu Jovane, que com um tiro cruzado, ficou a centímetros de inaugurar a contenda em Alvalade. Cinco minutos depois, o perigo voltou a rondar a baliza de Marco, altura em que Plata aproveitou um “brinde” de Zaidu, rematou e apenas um corte de Fábio Cardoso é que negou o golo ao jovem equatoriano.
  • Aos 30′, os números diziam que o conjunto leonino tinha cinco remates, nenhum dos quais enquadrado ao alvo, 17 duelos ganhos, 175 passes trocados, 62% da posse e 86% de eficácia. Já os forasteiros contabilizam um remate desenquadrado, 16 duelos vencidos, 110 passes trocados (71% de eficácia) e 38% da posse. Wendel foi 100% eficaz nos 18 passes que fez, sofreu duas faltas e era o elemento mais esclarecido dentro das quatro linhas. Fábio Cardoso com um total de 18 toques na bola, dez passes feitos – eficácia de 80% -, um corte e uma falta cometida ia ditando leis na defensiva açoriana.
  • Rafael Ramos, João Afonso e Marco não se entenderam, o guardião tentou aliviar, Sporar colocou o pé e por muito pouco o avançado esloveno não foi feliz. Marcava neste lance o relógio 41 minutos. Na resposta, em cima do intervalo, Lincoln centrou com as coordenadas certas, Carlos desviou de cabeça e por milímetros não deixou o Santa Clara na frente do resultado.
  • Com propostas diferentes na abordagem, as duas equipas até iniciaram o encontro com boas intenções, no entanto foi sol que pouco durou. O Sporting assumia as directrizes, com mais posse de bola e explorando os corredores laterais em velocidade, ao passo que o Santa Clara tentava ripostar com contra-ataques ferozes. No entanto, foram raras as ocasiões de perigo neste período inicial e, por isso, não foi de estranhar o nulo que se registou ao intervalo. Nesta primeira metade, o MVP foi o “reconvertido” Acunã, com um GoalPoint Rating de 6.1. O argentino, que surgiu em cena como central descaído sobre o corredor esquerdo, esteve activo e fez dez passes progressivos certos, somou 49 acções com bola, três recuperações e dois desarmes.

António Cotrim / Lusa

  • Já após a retoma, só aos 65 minutos houve um lance de perigo. Após um livre, Zaidu surgiu sem marcação ao segundo poste mas não conseguiu rematar de feição e desperdiçou soberana oportunidade para marcar.
  • Quem não marca, sofre. E foi isso que aconteceu segundos depois. Ao oitavo remate no jogo, o Sporting alcançou o primeiro enquadrado e fez a festa. Wendel cruzou , Jovane foi mais lesto do que Rafael Ramos e com um remate de primeira, de pé esquerdo, bateu Marco e apontou um excelente golo. Foi o sexto tento na Liga NOS do extremo, que regressou do período pós-quarentena com a corda toda e com a mira mais do que calibrada.
  • Ao minuto 71, Nuno Mendes em vez de rematar, preferiu assistir Jovane, Fábio Cardoso leu bem o lance e negou o bis ao camisola 77. Segundos depois, o jogador que nasceu em Cabo Verde voltou a ameaçar o golo dos leões e falhou o alvo por escassos milímetros.
  • Até ao apito final, João Henriques arriscou, com a entrada de mais jogadores para o ataque, mas o o Sporting, que também foi recebendo novas unidades vindas do banco de suplentes, conseguiu segurar a magra vantagem e assegurou mais três pontos. Os lisboetas foram eficazes e marcaram no único remate enquadrado – em 12 tentativas – que fizeram.

O melhor em campo GoalPoint

Senhoras e senhores, meninas e meninos, o MVP da partida foi… Se disse Jovane Cabral acertou em cheio. O extremo atravessa uma fase de grande fulgor (interrompida apenas em Moreira de Cónegos) e parece que transforma tudo em que toca em ouro, leia-se golos.

Voltou a ser decisivo, depois de ter batalhado, conseguiu descobrir as chaves do cofre diante do Santa Clara com um GoalPoint Rating mais alto do jogo, um 7.o que premeia os seguintes dados, além do golo: sete remates, uma ocasião de golo flagrante criada, 27 passes certos em 35 tentados, 50% na eficácia dos seis dribles que fez, 62 acções com a bola e três faltas sofridas.

Uma exibição de mais cheia da nova coqueluche de Alvalade.

Jogadores em foco

  • Acuña 6.4 – Boa exibição do internacional argentino. A actuar numa nova posição, foi segura. Foi o elemento que mais passes progressivos certos gizou – 22 ao todo -, realizou um remate, dois passes para finalização, dois desarmes e apenas falhou um dos cinco dribles tentados. Acabou por pecar no amarelo que levou e que fará com que falhe o clássico frente ao FC Porto.
  • Wendel 6.3 – Sempre ligado à corrente, assinou a assistência que redundou no golo de Jovane, terminou a partida com dois passes para finalização, 93% de eficácia no capítulo do passe – quatro falhados em 59 tentativas – e te e teve o mesmo número de perdas e recuperações de bola: nove.
  • Fábio Cardoso 6.0 – Foi o jogador mais esclarecido do Santa Clara. Venceu os dois duelos aéreos em que interveio, tendo ainda quatro recuperações, cinco desarmes e três alívios.
  • Rafael Ramos 5.8 – Travou um duelo intenso com Jovane e tentou sempre que foi possível criar perigo nas subidas ao ataque.
  • Eduardo Quaresma 5.7 – Realce para os seus passes, mais uma vez não destoou: dez passes progressivos correctos, oito longos, dois dribles, cinco desarmes e muita personalidade.
  • Doumbia 4.3 – Aposta de Rúben Amorim no onze titular, acabou por não convencer. Nas 61 acções que fez, teve nove perdas de bola, apenas um desarme, cometeu duas faltas, estando bem no capítulo do passe, em 51 tentativas, falhou cinco e contabilizou uma eficácia de 90%.

Resumo

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