Sondas extraterrestres podem chegar na ordem errada. Como assim?

Eventuais sondas espaciais recebidas de civilizações extraterrestres podem chegar pela ordem errada. Como é que isto é possível?

Os cientistas estão de olhos e ouvidos bem abertos à espera de um sinal vindo de uma civilização extraterrestre. Depois de detetado um sinal promissor, o objetivo seria tentar decifrá-lo e estabelecer contacto com os extraterrestres — se possível.

Não é fácil, dado que as distâncias astronómicas que possivelmente nos separam são um grande obstáculo a contornar.

Imagine que um dia recebíamos uma sonda espacial vinda de uma civilização extraterrestre inteligente. O mundo pararia e ficaria em choque perante o primeiro contacto alienígena. A espera por uma segunda sonda, porém, poderia demorar anos, décadas ou séculos.

À medida que esperávamos, íamos tentando saber o máximo possível sobre a sonda que tínhamos recebido. Centenas de estudos científicos seriam publicados sobre ela.

Entretanto, aí vinha ela — uma nova sonda espacial dos nossos amigos. Mas havia um problema. Ao analisá-la, os cientistas repararam que não era tão avançada quanto a anterior e continha informações e mensagens mais antigas que a primeira.

Não é um cenário que se possa descartar, segundo Graeme Smith, professor no Departamento de Astronomia e Astrofísica da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

A primeira sonda recebida pode não ser a primeira que foi enviada, argumenta Smith. À medida que a tecnologia avança, as sondas espaciais tornam-se mais rápidas. Assim, uma segunda sonda lançada mais tarde pode chegar primeiro ao destino que a sua antecessora.

“Se uma civilização espacial embarcar num programa para enviar sondas para destinos interestelares, a primeira sonda a chegar a tal destino provavelmente não será uma das primeiras sondas, mas uma de capacidade muito mais avançada”, teoriza Smith, citado pelo ScienceAlert.

A lacuna tecnológica entre as sondas pode depender de coisas diferentes, mas seria pior quanto maior a distância entre nós e a civilização extraterrestre.

A primeira sonda recebido pode até nem ser interestelar. As nossas próprias sondas Voyager podem ser consideradas sondas interestelares, embora não fosse essa a intenção. O mesmo poderia acontecer com as civilizações extraterrestres.

A primeiro sonda, equaciona Smith, poderia ter sido feita para explorar o próprio sistema solar ou a estrela mais próxima e, eventualmente, dar à costa de outra civilização — como a nossa, por exemplo.

A proposta de Graeme Smith é exposta num artigo publicado em dezembro na revista International Journal of Astrobiology.

Daniel Costa, ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.