Uma equipa internacional de cientistas anunciou esta semana a descoberta de mais de 100 exoplanetas – entre os quais dois que podem conter vida – usando o telescópio Kepler, da NASA.
Entre os novos mundos, destaca-se o sistema da estrela K2-72, a cerca de 181 anos-luz de distância, na direção da constelação de Aquário.
Esta estrela anã vermelha é obitada por quatro planetas, todos potencialmente rochosos, dos quais dois têm boas condições para suportar a vida.
Apesar de orbitarem a sua estrela hospedeira muito de perto, passando mais próximos desta do que Mercúrio do nosso sol, a frieza relativa da K2-72 permite que a sua zona habitável não chegue tão longe.
Assim, dois dos planetas ficam dentro do limite favorável à vida, com níveis de irradiação da estrela comparáveis aos encontrados na Terra, oferecendo condições que sustentam a existência de água líquida na sua superfície.
Todos os planetas que orbitam a K2-72 possuem um diâmetro entre 20 a 50% maior que o da Terra.
Novas descobertas
A descoberta dos mundos em volta da K2-72 é apenas uma entre um grande grupo de novos exoplanetas identificados por uma equipa de investigadores liderada pela Universidade do Arizona, nos EUA.
Os cientistas usaram o telescópio espacial Kepler para encontrar 197 candidatos a planetas, dos quais 104 foram confirmados.
O que é mais notável sobre as últimas descobertas é que essas identificações foram resultado de um acidente, quando o observatório espacial começou a funcionar mal, o que impediu o telescópio de se estabilizar na direção de uma determinada parcela do céu prevista na sua missão original.
Felizmente, os engenheiros da NASA fizeram uma correção engenhosa para o problema, calculando que os fotões do sol seriam capazes de ajudar a estabilizar o telescópio para a sua nova missão K2, observando uma parte mais ampla do céu dentro do plano da eclíptica, e dando-lhe assim uma maior margem de manobra para detetar estrelas, incluindo as mais fracas do tipo anã vermelha, como a K2-72.
No futuro
A nova missão, além de aumentar significativamente o número de estrelas que podemos estudar, também nos permite descobrir mais sobre o tipo mais comum de estrelas na Via Láctea, o que nos dará uma maior compreensão dos tipos de sistemas exoplanetários mais frequentemente encontrados em toda a galáxia.
“O Kepler mostrou fortes sinais de que há uma abundância de exoplanetas, especialmente planetas bem pequenos à volta destas estrelas mais frias”, disse o astrónomo Ian Crossfield, da Universidade do Arizona, ao jornal Los Angeles Times.
“Isto é muito emocionante porque estas estrelas anãs vermelhas superam drasticamente estrelas como o nosso sol”, explicou.
Os investigadores estão agora ansiosos por estudar mais estes mundos, o que pode criar alguns candidatos muito interessantes para observações de acompanhamento que serão feitas pelo telescópio espacial James Webb, que poderá dar informações valiosas, por exemplo, sobre as atmosferas desses planetas potencialmente habitáveis.
Título da notícia: “SONDA KEPLER ENCONTROU 2 EXOPLANETAS QUE PODEM CONTER VIDA”. Afinal foi apenas um telescópio espacial que captou a 181 anos-luz os tais planetas!! Uma sonda é algo que viaja pelo espaço e vai ao encontro dos astros que pretende observar. Esta fica a espreitar de longe, tipo voyeur!!