Sem querer, Sócrates entrou na campanha para um auto-elogio num recado a Costa

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Pedro Nunes / Lusa

O ex-primeiro-ministro José Sócrates

O antigo primeiro-ministro José Sócrates disse que “não quer entrar na campanha” eleitoral, mas entrou para deixar um recado a António Costa, num auto-elogio, a propósito da única maioria absoluta do PS.

“Quem quer uma maioria absoluta talvez devesse começar por não desmerecer a única que o Partido Socialista teve na sua história“, apontou Sócrates em entrevista à CNN, referindo-se à sua própria eleição como primeiro-ministro em 2005, e salientando que esse seria “o único conselho que daria” a António Costa para esta campanha eleitoral.

Sócrates notou que “não quer entrar na campanha”, mas fez questão de sublinhar que tem estado ao lado dos que fizeram a “política durante os últimos 40 anos”.

“Eu filiei-me nessa família política e tenho muitos amigos que são candidatos a deputados, os meus principais amigos. Os meus companheiros de muitos anos estão, neste momento, em campanha eleitoral e não quero dizer nada que possa ferir a sensibilidade deles“, salientou também.

Considerando “as maiorias absolutas muito difíceis”, Sócrates que já não pertence ao PS, deixou ainda implícito na entrevista que irá votar em António Costa, nas eleições legislativas de 30 de Janeiro.

“Eu não sou do PS, eu não pertenço ao PS, mas sou socialista” e “gostava que os meus amigos tivessem sucesso”, garantiu.

“Noite gloriosa contra a maioria absoluta do PS”

Na reacção à entrevista de Sócrates à CNN, o presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, considerou que o antigo primeiro-ministro é “o melhor argumento” para os portugueses não darem uma nova maioria absoluta ao PS.

Com esta aparição, José Sócrates vem relembrar aos portugueses aquilo que significa uma maioria absoluta do PS e porque é que os portugueses não devem dar uma nova maioria à esquerda no Parlamento”, salientou o líder do CDS durante um jantar-comício em Vila Nova de Gaia.

“Sabemos que as maiorias absolutas do PS se transformam em arrogâncias absolutas e depois em caos absoluto na vida do país”, salientou ainda, falando numa “noite gloriosa contra a maioria absoluta do PS”.

Rodrigues dos Santos fez questão de “recordar o que todos os portugueses sofreram para equilibrar as contas públicas depois da última banca rota de José Sócrates“, assinalando que “foi chamada a ‘troika’ quando não havia dinheiro nem para pagar salários nem para pagar pensões”.

Os portugueses tiveram de “fazer sacrifícios enormes” para Portugal “recuperar a credibilidade e sanear as contas públicas”, disse ainda.

“E depois viemos ainda a saber que este caos financeiro está enlameado com suspeitas de corrupção e que o PS nunca pediu desculpas ao país pelo estado em que entregou Portugal ao governo que salvou o país por Passos Coelho e Paulo Portas”, acrescentou o líder centrista.

Rodrigues dos Santos ainda fez questão de relembrar que Costa fez parte do Governo de Sócrates.

ZAP // Lusa

13 Comments

  1. Quando os portugueses pensarem numa maioria absolutado PS pensem na única que o PS teve até hoje… a do Sócrates… e Pinho… e outros da mesma laia.

    • Os partidos lidam mal com maiorias absolutas! Têm uma tendência natural para a corrupção, clientelismo e outras coisas do género.
      Negociar é um bom princípio. O Costa negoceia só para um lado e isso vai dar cabo dele.

      • Errado. O PS, por exemplo, adoraria ganhar com a maioria dos votos. Os outros partidos que se calem, porque o senhor Costa e os seus malucos conseguem sempre o que querem, mesmo que não mereçam!

  2. Eheheheee… mesmo de génio, quem teve a ideia de entrevistar o Sócrates nesta altura!…
    A pior coisa que podia acontecer ao Costa, aconteceu.
    Com isto, a CNN acabou de vez (e bem) com a maioria absoluta do Costa!!

      • Há vários; eu tenho vários fãs alucinados que, de vez em quando, se tentam fazer passar por mim!…
        Há malucos para tudo…

    • Independentemente da cor politica de cada um, e do prazer ou repulsa que tenhamos de ouvir este homem, há uma Grande conclusão que todos teremos de tirar, quer para quem goste quer para quem não goste, porque se hoje serve a uns, amanha serve a outros, e a conclusão é clara, porque em vésperas de eleições a TVI se lembrou da entrevista ao Sócrates, e a que pretexto, que se passou de novo, assim como outros atos políticos da TVI e OUTRAS TELEVISOES, porque razão o Sócrates aceitou, com que motivação, e agora pergunto, será que os Portugueses aceitam que sejam as redes de comunicação social, as televisões a orientar o sentido de voto, seremos um joguete nas rédeas dos canais de televisão? aceitamos que sejam as redes de televisão a fazer as nossas cabeças ? vesse tanta gente preocupada em a vacina do covid as poder controlar e motorizar, e as televisões fazem do povo o que quer, e ninguém se importa de ser um joguete nas mãos da comunicação social.

      • “…as televisões fazem do povo o que quer, e ninguém se importa de ser um joguete nas mãos da comunicação social.”
        Fazem de quem deixa e aceita tudo sem o mínimo de bom senso ou o mínimo de comprovação ou contraditório!
        Só com cultura e educação se pode combater isso.
        E, felizmente, Portugal ainda está no top10 mundial em termos de liberdade de imprensa (à frente até da maioria dos países europeus) mas, a tendência (como se tem visto pelo mundo fora), é piorar…

  3. Independentemente da cor politica de cada um, e do prazer ou repulsa que tenhamos de ouvir este homem, há uma Grande conclusão que todos teremos de tirar, quer para quem goste quer para quem não goste, porque se hoje serve a uns, amanha serve a outros, e a conclusão é clara, porque em vésperas de eleições a TVI se lembrou da entrevista ao Sócrates, e a que pretexto, que se passou de novo, assim como outros atos políticos da TVI e OUTRAS TELEVISOES, porque razão o Sócrates aceitou, com que motivação, e agora pergunto, será que os Portugueses aceitam que sejam as redes de comunicação social, as televisões a orientar o sentido de voto, seremos um joguete nas rédeas dos canais de televisão? aceitamos que sejam as redes de televisão a fazer as nossas cabeças ? vesse tanta gente preocupada em a vacina do covid as poder controlar e motorizar, e as televisões fazem do povo o que quer, e ninguém se importa de ser um joguete nas mãos da comunicação social.

  4. O camarada Sócrates a dar uma mãozinha ao camarada Costa, quem se recordar da troika e seus efeitos deve continuar a confiar nestes amigos!

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