Os socorristas com drones retomaram as buscas, sendo que há ainda cerca de 13 caminhantes desaparecidos após a avalanche no norte de Itália.
A avalanche matou pelo menos sete pessoas e está a ser responsabilizada em grande parte pelo aumento das temperaturas, que estão a derreter os glaciares.
Após a chuva ter dificultado as busca no início da semana, o tempo ensolarado na permitiu agora aos helicópteros trazer mais equipas de salvamento para o local em Marmolada, nos Alpes italianos, a leste de Bolzano, na cordilheira dos Dolomitas.
Um enorme pedaço da glaciar desabou este domingo, provocando uma avalanche que enviou gelo, rochas e detritos pela encosta da montanha, atingindo caminhantes que se encontravam abaixo, segundo noticia o npr.
Pelo menos sete pessoas foram mortas e estima-se que 13 permanecem desaparecidas, de acordo com as autoridades.
O terreno ainda é tão instável que as equipas de salvamento se mantiveram de fora e utilizaram drones para tentar encontrar os sobreviventes, com a ajuda de helicópteros, equipados com tecnologia que deteta telemóveis.
“Estamos a continuar o trabalho dos drones para encontrar sobreviventes, trabalhando nas áreas que ontem não pudemos monitorizar”, indicou Matteo Gasperini, funcionário do serviço de salvamento alpino. “Vamos tentar completar o trabalho de monitorização de todo o local”.
O primeiro-ministro Mario Draghi, que visitou a base de resgate em Canazei esta segunda-feira, reconheceu que as avalanches são imprevisíveis mas que a tragédia “depende certamente da deterioração da situação climática“.
A Itália está no meio de uma onda de calor desde o início deste verão, juntamente com a pior seca no norte do país, nos últimos 70 anos.
Os especialistas afirmam que houve uma queda de neve baixa durante o Inverno, expondo os glaciares dos Alpes italianos mais ao calor do verão e ao derretimento.
“Estamos assim nas piores condições para uma derrocada deste tipo, quando há tanto calor e tanta água a correr na base”, explicou Renato Colucci, do Instituto de Ciências Polares do Conselho Estatal para a Investigação Nacional (CNR).
“Ainda não conseguimos compreender se se tratou de um desprendimento profundo ou superficial, mas o seu tamanho parece muito grande, a julgar pelas imagens preliminares e informações recebidas”, acrescenta.
O CNR estimou que o glaciar de Marmolada pode desaparecer completamente nos próximos 25 a 30 anos se as tendências climáticas atuais se mantiverem, dado que perdeu 30% do seu volume e 22% da sua área entre 2004 e 2015.