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Só um país europeu faz o que o PS quer fazer aos médicos

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Socialistas há muito que querem “prender” os médicos no Serviço Nacional de Saúde. Só um país legislou a medida na Europa — mas Portugal não é o único a considerar.

A questão da falta de médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem gerado vários debates, sobretudo em volta da viabilidade de obrigar os médicos a permanecer no serviço público como forma de colmatar a escassez de recursos.

Em meados de fevereiro, o Partido Socialista (PS) admitiu essa hipótese, por um período, e a medida já tinha estado em cima da mesa de outros governos socialistas.

O programa eleitoral do partido liderado por Pedro Nuno Santos coloca a “possibilidade de introdução de um tempo mínimo de dedicação ao SNS pelos profissionais de saúde, nomeadamente médicos, na sequência do período de especialização”.

Rapidamente, os sindicatos atacaram a proposta que consideraram “ilegal e discriminatória”.

“Vemos esta proposta com muita preocupação. Ao invés de criar condições para que o SNS seja robustecido com médicos, nomeadamente através do aumento salarial e das condições de trabalho, opta por uma medida ilegal, discriminatória e enganadora“, disse na altura o presidente do Sindicato Independente dos Médicos, Jorge Roque da Cunha, ao Observador.

“É claramente ilegal, porque limita a liberdade de circulação dos médicos na União Europeia e limita a liberdade de escolha por parte das entidades empregadoras. É discriminatória porque coloca essa obrigação apenas aos médicos — por que não aos economistas, aos engenheiros, os enfermeiros e à generalidade das profissões cuja formação é custeada pela nossa colossal carga de impostos?”, acrescentou, naquela que foi a terceira vez em 13 anos que a medida foi apresentada pelo PS.

Só um país legislou a medida na Europa

No entanto, o tema tem vindo a ser abordado não só em Portugal, mas também em outros países como o Reino Unido, que também enfrenta desafios no seu sistema de saúde, o NHS.

Mas na Europa, a Albânia é o único país que legislou uma medida que obriga os recém-licenciados a permanecerem no sistema de saúde do país por cinco anos, uma decisão que gerou protestos, especialmente entre os estudantes.

O facto de os médicos serem formados em universidades públicas, financiadas pelo Estado, é o que sustenta e valida a proposta.

Defensores desta medida, como o ex-diretor-geral da Saúde, Francisco George, argumentam que a obrigatoriedade poderia evitar que o setor privado beneficiasse de profissionais altamente qualificados, cuja formação foi custeada pelo Estado.

Por outro lado, críticos da proposta, como Constantino Sakellarides, ex-diretor-geral da Saúde e membro do Conselho Geral da Fundação SNS, e Carlos Robalo Cordeiro, diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, consideram que esta medida seria apenas uma solução temporária e não resolveria o problema estrutural do SNS, que reside na criação de melhores condições de trabalho.

ZAP //

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7 Comments

  1. Os pilotos da Força Aérea também são obrigados a servir o país por alguns anos antes de poderem ir para o sector privado. Não há nada de errado nisso.

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  2. Há jovens com vocação verdadeira para serem médicos que nunca conseguem entrar no curso de medicina.
    Há jovens sem vocação que entram no curso de medicina, só porque têm boas notas e não sabem o que fazer da vida, depois desistem a meio do curso ou tornam-se maus médicos, cheios de conhecimento mas sem humanidade.
    As notas do secundário dizem muito pouco sobre o desempenho real dos alunos nos cursos universitários.
    O desempenho dos estudantes de medicina é determinante para o acesso às especialidades, mas diz muito pouco sobre a qualidade dos médicos.
    Os médicos são uma classe previligiada porque a Ordem dos Médicos limita as vagas de acesso aos cursos para garantir que haja sempre falta de médicos e que os poucos médicos que ficam no país possam enriquecer trabalhando no público e no privado.
    Depois sufocam o serviço nacional de saúde mantendo filas de espera artificiais que empurram os doentes desperados para as suas clínicas onde não há filas de espera.
    As vagas de medicina devem duplicar agora para resolver o problema daqui a 10 anos.
    Os médicos que trabalham no sector público devem ter contratos de esclusividade.
    As horas extraórdinárias devem ser verdadeiramente extraordinárias e não a regra.

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  3. É uma medida que já devia de ter sido tomada , assim como os pilotos quer os médicos quer os enfermeiros que obtenham o curso nas universidades públicas ou seja pagos por todos nós deveriam ter um periodo obrigatório nos hospitais públicos.
    Se optassem por não cumprir para ir para o privado ou estrangeiro teriam que pagar o valor do curso ao estado .

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  4. Os pilotos da força aérea não pagaram propinas, não tiveram de alugar um quarto a pagar 400€ por mês, tinham comidinha feita na cantina e nem tiveram de contrair empréstimo para fazer o curso, querem médicos paguem.
    Um médico em inicio de carreira nem para pagar uma casa decente no Porto ou Lisboa ganha, horas extras não pagam.
    Um curso de medicina custa ao estado o mesmo que qualquer curso, obriguem os engenheiros a trabalhar para o Estado, eu sei não precisam.
    Para Medicina só vão os alunos excecionais e que vão acabar por ganhar menos que um político de terceira.

  5. @Vítor

    O Caro Vitor tem que ser esclarecido e esclarecer, algumas questões:

    O pagamento de propinas e aluguer de quartos é comum a todas as licenciaturas. Este é aliás um dos principais entraves à escalada social dos Portugueses oriundos de famílias carenciadas.

    «Um médico em inicio de carreira nem para pagar uma casa decente no Porto ou Lisboa ganha…»
    sabe que existem mais cidades além de Porto e Lisboa? E o que uma casa «decente»? Quer experimentar morar no Porto ou Lisboa e ganhar o que ganham cerca de 20% dos trabalhadores em Portugal? O ordenado mínimo…?

    Horas extras… os seus colegas (assumindo que é médico) do SNS, também não recebem horas extras. Sabia? Os Auxiliares, os Administrativos, Técnicos Auxiliares de Diagnóstico, Enfermeiros, etc….. nenhum deles ganha horas extras. <- Isto já agora serve também para a população em geral. Muitas vezes estão a ser atendido e o profissional que está à vossa frente, está a trabalhar de GRAÇA!!

    Comparação com Engenheiros. Aceito, quando o número de vagas for equivalente. Algo que os médicos têm movido céus e terra para que não aconteça. Porque será?

    «Para Medicina só vão os alunos excecionais…» Alunos excecionais, sem dúvida mas serão seres humanos excecionais? Muitos, não!! Muitos não passam de marrões frios e insensíveis, atormentados por problemas de autoestima, síndromes obsessivo-compulsivas (ou pior). E de qualquer das formas, isso é consequência direta do número de vagas que os médicos se esforçam por manter num número muito inferior às reais necessidades do país.

    Em suma: O que os médicos através das influencias que movem quer individualmente e das mais diversas formas, quer coletivamente, através do associativismo (sindicatos, Ordem dos médicos, lobby, etc…) , é manter o país numa dependência cada vez mais grave para que, num futuro próximo, possam dizer ao empregador, quanto vão auferir mensalmente e isso caro Vitor, nem os Engenheiros conseguem.

    Espero que os Portugueses acordem a tempo e ponham termo à autentica chantagem que aí vem.

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