Entre 2008, ano em que foi criada a rede de Núcleos de Apoio a Crianças e Jovens em Risco (NACJR) que existem nos centros de saúde e nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), e dezembro de 2017, perto de 65 mil crianças e jovens em risco ou vítimas de maus-tratos foram sinalizados e acompanhados.
A notícia é avançada pelo jornal Público nesta segunda-feira, que dá conta que os núcleos da NACJR sinalizaram e acompanharam, até dezembro de 2017, 64.876 crianças e jovens.
De acordo com o matutino, a negligência e os maus-tratos psicológicos são os dois tipos de maus-tratos mais comuns. Ao todo, existem existem 269 núcleos da NACJR espalhados pelo país. De acordo com os números a que o diário teve acesso, 2016 foi o ano com mais sinalizações: 9034 casos. Em 2017 houve uma redução – foram 8670 – valor em linha com o número registado em 2015.
“À semelhança do acontecido em todos os anos anteriores estudados, a ‘negligência’ constitui o mau trato prevalecente, correspondendo a cerca de dois terços do total de registos”, pode ler-se no último relatório da Comissão de Acompanhamento da Ação de Saúde para Crianças e Jovens em Risco, da Direção-Geral da Saúde, que apresenta dados relativos a 2016 e 2017.
Em 2016 as negligências corresponderam a 67% das sinalizações e no ano seguinte a 62%. “A negligência é um mundo enorme de situações e que vão desde as carências de higiene ao seguimento de uma doença crónica diagnosticada que não está a ser feita da forma correta e a criança falta às consultas”, explicou Vasco Prazeres, coordenador da comissão de acompanhamento, em declarações ao Público.
Nos últimos dez anos, o mau trato psicológico foi o segundo tipo de sinalização mais identificada. Em 2016 representou 21% dos casos e em 2017 foram 27%.