No final de julho, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) apresentava um excedente financeiro de 160 milhões de euros, de acordo com a síntese de execução orçamental.
O SNS apresentava, no final de julho, um excedente de 160 milhões de euros, um valor que contrasta com o défice de 216,5 milhões registado há um ano. Os números, que têm por base a síntese de execução orçamental, são avançados pelo Jornal de Negócios esta segunda-feira.
Este superávite não é inédito, mas acontece poucas vezes. Aliás, ignorando 2016 – ano em que as contas até estavam equilibradas em julho, mas acabariam por fechar com um défice 300 milhões em dezembro –, seria preciso recuar a 2012 para encontrar um excedente relevante na Saúde.
De acordo com o diário económico, o excedente deste ano deve-se ao reforço das transferências do Orçamento do Estado para a Saúde.
Depois do aumento de 800 milhões previsto no Orçamento inicial deste ano, o Governo fez nova transferência de 500 milhões de euros já este ano, através do Orçamento Suplementar, para responder à pandemia do novo coronavírus.
Além disso, simultaneamente, houve uma inesperada poupança no lado da despesa. Nos meios complementares de diagnóstico e terapêutica houve uma quebra de 7,1% (expurgando já os efeitos do fim da PPP de Braga), que compara com um aumento de 2,5% no período homólogo.
O recuo é explicado, segundo o Negócios, pela grande redução nos exames e análises realizados no SNS pelas restrições impostas pela pandemia, mas também pela redução da procura por receio de contágio da parte dos utentes. Nesta área, o SNS gastou menos 40 milhões de euros.
Em relação às despesas com pessoal, houve um aumento da despesa de 4,7% (expurgando os efeitos da PPP de Braga), explicado pelas progressões na carreiras e pela contratação de novos profissionais, mas o ritmo abranda face aos 7% do ano passado.