Sismo em Marrocos faz mais de 800 mortos. Abalo foi sentido em Portugal

EPA

O abalo teve epicentro na localidade de Ighil e foi sentido em algumas regiões de Portugal e Espanha.

Um forte sismo com uma magnitude de 6,9 na escala de Richter abalou o centro de Marrocos durante a última noite. Os números mais atuais do Ministério do Interior de Marrocos dão conta de 820 mortos e 672 feridos, estando 250 em estado grave.

A província com mais vítimas registadas é Al Haouz, a sul de Marraquexe e próxima do epicentro, com 394 mortos, segundo o balanço até às 10:00 locais (mesma hora em Lisboa), citado pela agência espanhola EFE.

Segue-se Taroudant (271 mortos), Chichaoua (91), Ouarzazate (31), Marraquexe (13), Azilal (11), Agadir (5), Casablanca (3) e Al Youssufia (1).

De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, que regista a atividade sísmica em todo o mundo, o abalo ocorreu às 23:11 de sexta-feira. O epicentro foi na localidade de Ighil, situada 63 quilómetros a sudoeste da cidade de Marraquexe. O terramoto ocorreu a uma profundidade de 18,5 quilómetros, de acordo com a mesma fonte.

Através das redes sociais estão a ser divulgados vídeos de edifícios desabados e danificados, incluindo partes das famosas muralhas vermelhas que cercam a cidade velha da histórica Marraquexe, Património Mundial da UNESCO, onde os habitantes saíram às ruas em pânico.

Segundo as testemunhas citadas pela agência Efe, o tremor foi sentido em cidades do norte, como Larache, a 550 quilómetros do epicentro, bem como em Casablanca e Rabat, a 300 e 370 quilómetros, respetivamente.

O sismo também foi sentido em várias regiões de Portugal, confirmou hoje o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Num comunicado, o IPMA disse que o sismo foi sentido com intensidade máxima III/IV, na escala de Mercalli modificada, nos concelhos de Castro Marim, Faro, Loulé, Portimão, Vila Real de Santo António (Faro), Cascais, Lisboa, Torres Vedras, Vila Franca de Xira (Lisboa), Almada, Setúbal e Sines (Setúbal).

Foi ainda sentido com menor intensidade nos concelhos de Coimbra, em Albufeira, Olhão, Silves (Faro), Alenquer, Loures, Mafra, Oeiras, Sintra, Amadora, Odvelas (Lisboa), Santo Tirso, Vila Nova de Gaia (Porto), Santiago do Cacém, Seixal e Sesimbra (Setúbal), acrescentou o instituto.

A escala de Mercalli Modificada mede os “graus de intensidade e respetiva descrição”.

Quando há uma intensidade IV, considerada moderada, os carros estacionados balançam, as janelas, portas e loiças tremem, e os vidros e loiças chocam ou tilintam, podendo as paredes ou estruturas de madeira ranger, descreve o IPMA.

O sismo foi sentido também no sul de Espanha, onde o serviço de emergências da Andaluzia registou cerca de 20 chamadas provenientes das províncias de Huelva, Sevilha, Málaga e Jaén.

De acordo com relatos nas redes sociais, o sismo foi sentido ainda no Mali e na Argélia.

Em 24 de fevereiro de 2004, um terremoto de magnitude 6,3 na escala Richter abalou a província de Al Hoceima, 400 quilómetros a nordeste de Rabat, matando 628 pessoas e causando danos materiais significativos.

Portugueses “encontram-se bem”

Os portugueses que estão em Marrocos e que foram contactados pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) “encontram-se bem”, segundo uma nota da própria diplomacia.

“Todos os portugueses com quem, até ao momento, foi estabelecido contacto encontram-se bem, não tendo reportado problemas de saúde ou danos materiais substantivos”, assegura o Ministério, em nota à comunicação social.

Manifestando “total solidariedade para com as autoridades e população marroquinas”, a diplomacia portuguesa garante que está a acompanhar “em permanência” a situação, mantendo contacto “com os cidadãos portugueses no país, em particular na zona do epicentro sísmico”.

O ministério está a recolher “toda a informação necessária, especialmente a respeitante aos cidadãos portugueses no território”, sublinhando, porém, que “as comunicações em território marroquino estão condicionadas”.

ZAP // Lusa

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