Alguns dos militares israelitas que participam na ofensiva terrestre em Gaza estão a sofrer de uma grave doença estomacal chamada shigella.
Médicos israelitas alertaram para um grave surto de shigella entre soldados em operações militares na região de Gaza, reporta a BBC.
A shigella, uma doença estomacal infecciosa, tem sido associada a condições sanitárias e alimentares precárias no campo de batalha.
Os primeiros casos foram identificados por Tal Brosh, especialista em doenças infecciosas no Hospital Universitário Assuta Ashdod. Os soldados afetados estão a ser isolados e tratados em Israel.
Brosh sugere que a comida preparada por civis israelitas e enviada às tropas pode ser a eventual fonte de contaminação e recomenda que os soldados consumam apenas alimentos secos e embalados para minimizar riscos.
A shigella, uma bactéria intestinal, causa uma disenteria grave conhecida como shigelose. Os sintomas incluem febre, diarreia sanguinolenta ou prolongada, cólicas estomacais intensas e desidratação.
Grupos vulneráveis, como pessoas com HIV, diabetes, cancro ou desnutrição, correm risco elevado de complicações graves, podendo levar à morte.
A shigella transmite-se facilmente por contacto direto ou indireto com fezes infetadas, que pode ocorrer através de alimentos preparados por portadores da bactéria, água contaminada, objetos de uso pessoal e em práticas sexuais.
A bactéria é comum entre pessoas sem abrigo, viajantes, homens homossexuais e pessoas com baixa imunidade.
Globalmente, a shigella é mais prevalente em países de rendimento baixo ou médio, com surtos significativos na África Subsaariana e no sul da Ásia.
A Organização Mundial da Saúde estima que ocorram anualmente entre 80 e 165 milhões de casos, resultando em cerca de 600 mil mortes, principalmente entre crianças menores de cinco anos.
Prevenir a shigella envolve práticas de higiene rigorosas, como lavar as mãos frequentemente, especialmente antes de comer ou cozinhar, depois de usar a casa de banho ou trocar fraldas, e antes de atividades sexuais.
Embora a maioria dos casos possa ser tratada com hidratação e repouso, a resistência a antibióticos é uma crescente preocupação.
Em 2022, 5% dos casos nos EUA estavam ligados a uma estirpe resistente, classificada pelo CDC como uma “grave ameaça à saúde pública“. Segundo a OMS, há também um aumento destes casos na Europa desde 2020.