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Há histórias “de horror” sobre o Shark Tank. Negócios não correm como anunciado

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Há desfechos que ganham novos contornos quando as câmaras são desligadas. “Ouvi histórias de horror”.

O Shark Tank é um programa de televisão que junta empreendedores e empresários milionários. Os empreendedores apresentam a sua ideia inovadora e esperam que pelo menos um dos empresários – os “tubarões” – aceite investir na sua nova empresa.

O formato foi criado em 2009 nos Estados Unidos da América, onde ainda é transmitido. E já passou por Portugal – embora sem muito sucesso; uma percentagem baixa dos projectos passou pela triagem e o programa só teve duas temporadas, entre 2015 e 2016.

Tal como o Dinheiro Vivo informou, em 2019, a maioria dos negócios em Portugal não teve êxito. Embora ainda haja “meia dúzia” que resistam.

Na versão original, nos EU, diversos negócios não terminam como é anunciado na televisão, avisa a revista Forbes.

No global, cerca de dois terços das apresentações terminam com acordo entre as duas partes. Mas, entre esses apertos de mão, mais de metade dos negócios não se desenvolve como fica estabelecido em frente às câmaras.

Há casos em que o investidor muda de ideias, outros em que o empreendedor só queria “aparecer na televisão” e outros em que há acordo mútuo para cancelar o negócio.

Um exemplo mencionado é o de Vladislav Smolyanskyy, que convenceu o Kevin O’Leary a investir 100 mil dólares em troca de metade da sua empresa de brinquedos, uma concorrente da Lego mas em formato 3D. Quatro meses depois, a equipa do investidor avisou Vladislav que, afinal, já não haveria negócio para ninguém. Justificaram a decisão com demasiada concorrência no mercado de brinquedos.

Outro empreendedor contou que o “tubarão” com quem tinha fechado negócio, Daymond John, andou meses sem responder às suas questões sobre o processo. Houve aperto de mão e conversas no momento da gravação do episódio mas, depois, silêncio. Acabaram por cancelar o negócio.

Outro participante no programa (a grande maioria preferiu não revelar o seu nome à Forbes) revelou que esteve mais de um ano sem avançar nada no acordo com Lori Greiner. A investidora estava sempre a recuar, nunca queria finalizar o negócio por escrito. “E falei com outros candidatos, que me contaram histórias horrorosas sobre este programa. Os tubarões estão sempre a encontrar desculpas para não fecharem negócio”.

Noutro caso, o investidor Daymond John assegurou que iria ficar com metade da empresa mas, quando chegou o momento de negociar “a sério”, não havia dinheiro na mesa. Afinal, John não queria investir; preferia percentagem de vendas de qualquer empresa que dirigisse e, depois, acções da empresa caso atingissem um determinado lucro.

Os empreendedores queixam-se, além de não avançarem realmente no processo, de não receberem qualquer explicação lógica por parte dos “tubarões”. Outros dois revelaram que o investidor ofereceu mais tarde um empréstimo, em vez do que ficou acordado em frente às câmaras.

E também houve um caso de ocultação. O aparente “direito de resgate”: o investidor teria o direito de retirar o seu dinheiro da empresa, três anos depois. Mas essa cláusula nunca foi referida ao empreendedor.

ZAP //

7 Comments

  1. Mas é tudo ingénuo? Onde é que está a surpresa? Mas alguém investe 100 mil dólares num negócio só porque ouviu um “pitch” de 5 minutos? O que se passa no Shark Tank é apenas uma indicação do investidor que tem interesse no projeto que lhe é apresentado. É óbvio que depois vai trazer a sua equipa de advogados, gestores financeiros, etc., para ter a certeza que é um negócio em que vale a pena investir.

  2. É indecente que em frente às câmaras se conte uma história que depois, por tràs,, è toda diferente.
    Mesmo para quem tem ideias, que os investidores façam perder tempo é um dano!

    Não há almoços gratis….. é óbvio. Que o não seja férreo e impiedoso, mas se é sim, que seja definitivo.

    De outra forma, è uma pessegada. Estes ‘investidores’ são uma anedota.

  3. O Shark Tank foi um programa até bastante interessante, trouxe muitas ideias de novos projetos a muita gente, assim como alguns ideais de negócio, formas e metodos de negociar.

    Durante o programa é encerrado o interesse e não o acordo.

  4. Por cá é igual. Sei de um caso concreto com o Mário Ferreira que teve de ser discutido com advogados pq o ” tubarão” dos barcos do Douro e da TVI, tentou enganar um dos seus “sócios”. Há um acordo de confidencialidade relativamente a este caso, para proteger a imagem do aldrabão

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