Sete semanas depois das eleições, conservadores e ecologistas formam governo na Áustria

Florian Wieser / EPA

Sebastian Kurz, líder do Partido Popular austríaco (OVP)

O Partido Popular austríaco (OVP) e o ecologista e progressista Os Verdes anunciaram na quarta-feira um acordo de coligação governamental no qual os conservadores vão manter os principais ministérios.

Após sete semanas de negociações, conservadores e ecologistas concluíram um acordo para os próximos cinco anos, na sequência das eleições antecipadas de 29 de setembro que deram a vitória ao OVP de Sebastian Kurz, noticiou a agência Lusa, citando a agência noticiosa APA.

O líder democrata-cristão do OVP deverá voltar a assumir o cargo de chanceler, à semelhança do que sucedeu na passada legislatura quando os conservadores decidiram aliar-se aos ultranacionalistas. Werner Kogler, dos Verdes, deverá tornar-se vice-chanceler.

O acordo deverá ser confirmado pelos Verdes no congresso federal que o partido vai promover no fim de semana, destinado a legitimar a sua participação, pela primeira vez, numa coligação governamental.

“Conseguimos unir o melhor de dois mundos. É possível proteger o clima e as fronteiras”, declarou Sebastian Kurz, citado pelo Expresso. Já Werner Kogler disse que o país poderá assumir a liderança europeia nas questões das alterações climáticas, acrescentando que os dois partidos “concordaram em mais assuntos do que poderiam imaginar previamente”.

Os detalhes da coligação serão anunciados esta quinta-feira, mas os dois líderes já revelaram que pretendem reduzir os impostos em geral e aumentar os impostos relacionados com o ambiente.

Nas eleições antecipadas de setembro, o OVP venceu com 37,5% dos votos, uma subida de seis pontos face às legislativas anteriores. Apesar de os conservadores terem vencido em oito dos nove distritos federais do país, não dispõem de maioria no Parlamento. Com 13,9% dos votos, Os Verdes foi a quarta força mais votada.

O antigo parceiro de coligação do OVP, o Partido da Liberdade da Áustria (FPO, de extrema-direita), caiu para os 16,2%, na sequência de escândalo que motivou uma moção de censura e que, no final de maio, precipitou as eleições antecipadas.

O escândalo rebentou com a divulgação de um vídeo, gravado três meses antes das legislativas de 2017, em que o então líder do FPO, Heinz-Christian Strache, prometia contratos governamentais a uma mulher, que se apresentava como sobrinha de um oligarca russo.

ZAP //

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