Os Serviços Secretos americanos estão à procura de um programa de computador capaz de identificar que alguém está a ser sarcástico nos posts publicados no Twitter.
A ferramenta ajudará a saber quando alguém não está a falar a sério – os casos que o governo americano considera “falsos positivos”.
“Queremos automatizar a nossa análise em tempo real do que é publicado nas redes sociais, especialmente no Twitter”, disse o porta-voz dos serviços secretso, Ed Donavan, ao jornal The Washington Post.
A notícia veio à tona depois de o governo americano ter publicado um anúncio online na passada segunda-feira, à procura de novos softwares para melhorar o serviço de monitorização.
O interesse da agência abrange também ferramentas capazes de identificar pessoas influentes nas redes sociais, acesso a dados antigos publicados nas contas do Twitter e tópicos de interesse para a agência do governo, entre outras funções.
Segundo o governo americano, o objetivo é “preservar a integridade da economia e proteger líderes nacionais e chefes de Estado e governos que visitem os Estados Unidos”.
O país tem sido muito criticado e pressionado desde que foi revelado que a NSA, a Agência de Segurança Nacional, monitorizava ligações telefónicas e a actividade online de americanos e de cidadãos de outros países.
Piadas infelizes
Neste tipo de monitorização, identificar quando alguém está apenas a ser irónico é um desafio porque a linguagem das mensagens envolve elementos complexos e de difícil compreensão por uma máquina.
Recentemente, brincadeiras publicadas nas redes sociais complicaram a vida aos seus autores – ainda que fossem afinal apenas posts com piadas infelizes.
Um utilizador do Twitter foi preso em abril depois de publicar uma mensagem com uma ameaça de bomba contra a transportadora aérea America Airlines. Disse mais tarde ter sido apenas uma piada.
O ano passado, uma adolescente americana foi presa depois de publicar no Facebook um comentário sarcástico a dizer que “disparava numa escola cheia de crianças”.
E, em 2012, um irlandês e uma britânica que viajavam juntos foram presos nos Estados Unidos depois de o homem publicar que planeava “destruir a América” e “desenterrar Marilyn Monroe”.
Segundo o irlandês, “destruir” era uma apenas expressão popular que significava “festejar muito”.
ZAP / BBC