A Fundação de Serralves, no Porto, recebe em fevereiro a peça “The Pixelated Revolution”, na qual o libanês Rabih Mroué reflete sobre novas formas de documentação, como as imagens capturadas por telemóvel durante a revolução síria.
Em comunicado enviado à Lusa, a instituição revela que esta “estreia absoluta em Portugal” consiste numa “coleção de vídeos encontrados pelo artista libanês Rabih Mroué no YouTube e outras redes sociais, que mostram em flagrante a morte de opositores ao regime Sírio”, porque todos foram feitos “pelas próprias vítimas”.
O espectáculo de “teatro-performance”, que começa com a afirmação “Os sírios estão a filmar a sua própria morte“, vai ser apresentada no Auditório de Serralves a 08 de fevereiro, às 18:00.
“O que unifica os vídeos, todos de baixa resolução, capturados por câmaras de telemóvel é o facto de terem sido feitos pelas próprias vítimas. A peça propõe refletir sobre a natureza das fotografias capturadas na mobilização de comunidades durante os eventos revolucionários devido à sua capacidade de reprodutibilidade, fácil circulação e partilha em plataformas de comunicação virtual e viral”, explica a Fundação de Serralves.
A instituição acrescenta que “The Pixelated Revolution” tem por objetivo “estudar as diversas pistas e direções em termos de documentação de telemóvel, Facebook e outros instrumentos de comunicação virtual durante os eventos do primeiro ano da revolução Síria”.
“Performance, instalação combinando fotografia e texto, cinema e vídeo dão forma ao ativismo político de Mroué, artista libanês, ator e encenador com preocupações na vida artística no Líbano contemporâneo”, acrescenta o comunicado.
A Fundação destaca que o trabalho de Mroué é marcado pela busca por “novas relações com elementos e linguagens distintas”.
Nesta apresentação, nota a instituição, Mroué “questiona as definições teatrais, a relação entre o espaço e a estrutura performativa e consequentemente, as relações com a audiência, através de um teatro assumidamente documental”.
/Lusa