Maus resultados nas sondagens levaram o antigo ministro da Justiça brasileiro a optar por uma corrida por um lugar legislativo no Senado ou na Câmara dos Deputados.
O universo político brasileiro ficou ontem a saber que as eleições presidenciais do próximo outono não vai contar com a participação de Sergio Moro. O antigo ministro da Justiça do governo de Bolsonaro e juiz da operação Lava Jato parece apostado em mudar de foco.
Atualmente, Moro contava nas sondagens com oito pontos percentuais, longe do favorito Lula da Silva, acima dos 40%, ou de Jair Bolsonaro, com cerca de 30%. Perante as perspetivas pouco animadoras, Moro terá proposto ao seu partido, o Podermos, lutar por uma vaga para o senador pelo seu estado natal, o Paraná.
No entanto, a resposta terá sido negativa, com o partido a informar o antigo juiz que todas as vagas já haviam sido preenchidas, uma recusa à qual respondeu com uma mudança de partido, para o União Brasil, onde lhe terá sido garantida uma candidatura legislativa, ou seja, para o Senado ou Câmara dos Deputados, e por um de dois estados, Paraná ou São Paulo.
As movimentações estão a ser lidas como uma derrota para Moro, que num passado recente jurou que a candidatura iria mesmo avançar. A saída de cena, também chamada de terceira via, deixa a corrida presidencial entregue a Lula da Silva, Jair Bolsonaro, a João Doria, governador de São Paulo cuja candidatura esteve em causa ontem, e à senadora Simone Tebet.
No entanto, os dois últimos candidatos, não ultrapassam a marca dos 3% nas intenções de voto das mais recentes sondagens.
Com a derrota à vista, os ratos fogem… nem estofo democrático demonstram…
Embora a política atual seja uma farsa, um político deve saber reconhecer quando é inútil prosseguir, trata–se de sensatez e não de cobardia. E não refiro o caso específico aqui noticiado. No caso presente, a minha ideia é que Moro precisa de um cargo que lhe conceda imunidade pós-presidenciais. Não penso que Lula seja de perseguir adversários políticos, mas o uso político e ilegal que Moro fez das suas funções legais, merece ser investigado e esclarecido.
Coitado do Brasil… se este que até parecia ser minimamente honesto é assim, é imaginar os outros…