O antigo filósofo grego Aristóteles acreditava que a riqueza não tinha nada a ver com excesso de bens e dinheiro.
Apesar da velha máxima de que o dinheiro não traz felicidade, o dinheiro torna-nos mais felizes até ao ponto em que conseguimos assegurar as nossas necessidades básicas, revelam alguns estudos.
A fim de compreender completamente as coisas, Aristóteles acreditava que precisamos de conhecer o telos da coisa, ou o propósito.
“Qual é o propósito do dinheiro?”, questionou Aristóteles. O antigo filósofo grego analisou o conceito de “troca” de um ponto de vista filosófico, explicando que passa por quatro etapas distintas.
Primeiro, temos o câmbio básico, ou troca de coisas por coisas. No entanto, nem sempre era fácil carregar alguns bens de um lado para o outro, razão pela qual se inventou o dinheiro.
Em segundo lugar, surgem as transações que são facilitadas pelo dinheiro. Depois, temos o comprar barato para vender caro. Neste caso, as pessoas vão ao mercado não à procura de coisas de que precisam, mas de coisas que querem vender com lucro.
Em quarto e último lugar temos a usura, ou “a criação de dinheiro com dinheiro”. Aqui, uma pessoa empresta dinheiro a outras pessoas com juros.
Para Aristóteles, as duas primeiras fases de troca são “naturais” e as duas últimas são “não naturais”, explica o portal Big Think.
Na sua ótica, as duas primeiras são necessárias para o funcionamento da sociedade e dos seus indivíduos. Neste caso, como o próprio Aristóteles diz, o dinheiro “é necessário apenas na medida em que satisfaz as próprias necessidades dos homens”.
O problema é quando as pessoas começam a amealhar dinheiro sem nenhum propósito natural. Não há propósito identificável na aquisição de riqueza.
Por exemplo, se tivermos fome e quisermos pão, não precisamos de comer uma imensidão de pães para saciar o nosso desejo.
Para Aristóteles, tudo isto estava relacionado à sua teoria sobre o que torna alguém “rico”. A riqueza não é definida pelo número de coisas que temos. Em vez disso, a riqueza vem de ter muitas coisas que são úteis para nós.