Sepultura com 1000 anos revela tesouros arqueológicos das elites da Polónia na Idade Média

Jerzy Sikora

Esta não é a primeira cova do género a ser encontrada na região de Ostrowite, na Polónia, mas distingue-se devido à diversidade de tesouros encontrada, o que aponta para que o homem em questão seja oriundo de uma elite.

Um cova de 1000 anos descoberta numa ilha remota no norte da Polónia está recheada de verdadeiros tesouros arqueológicos e alguns deles até bastante raros.

Dois anéis de âmbar, uma tigela de bronze, uma faca de ferro com um cabo de cabedal e fivelas de bronze foram encontrados na sepultura de um homem perto da vila de Ostrowite. O homem terá vivido entre os séculos 11 e 12, segundo o Ancient Origins, que cita o The First News.

Esta não é a primeira vez que enterros da antiguidade foram descobertos em Ostrowite. Em 2007, um agricultor encontrou uma sepultura e uma equipa de arqueólogos encontrou outra em 2010.

Ao longo dos anos, foram descobertas mais tigelas de bronze, o que levou a que os especialistas se aliassem a equipas de voluntários com detectores de metais em busca por outras covas em 2020 e 2021.

Em 2020, foi encontrada mais uma sepultura com uma tigela de bronze nas pernas dos restos mortais. Apenas os homens eram enterrados com tigelas de bronze na Idade Média na Polónia, de acordo com o The History Blog.

Mas a cova encontrada mais recentemente, em 2021, tinha bastante mais tesouros, o que indica que, além de ser homem, o seu ocupante pertencia a uma elite. Com três metros de comprimento e 1.5 metros de largura, a sepultura em questão é também maior do que as encontradas anteriormente e terá sido construída em madeira e em forma de uma pequena casa.

Este tipo de sepultura era comum em culturas antigas um pouco por todo o mundo e acredita-se que simbolizava um estatuto social mais elevado quando usada para um enterro individual.

Foram encontrados vestígios têxteis e de couro, provavelmente das roupas e sapatos do homem, que se preservaram pelo óxido do bronze da tigela, que estava colocada nos seus pés. Dentro da cova estavam também dois anéis âmbar, um na mão direita e outro na esquerda.

De acordo com Jerzy Sikora, arqueólogo da Universidade de Łódź que tem liderado as escavações, é pouco comum encontrar estes anéis nas sepulturas e é ainda mais raro descobrir dois na mesma cova.

Outro artefacto encontrado foi uma faca de ferro com um cabo revestido por couro e bronze e também com vestígios orgânicos, que vão ser analisados. Dois fragmentos de moedas estavam também presentes na cova.

Visto ter sido enterrado e não cremado e devido à orientação do corpo, os arqueólogos acreditam que o homem era cristão. Sikora refere que ainda não é possível ter a certeza sobre se a região já estava sob o domínio da dinastia piasta, a primeira de monarcas na Polónia, que esteve no poder entre 930 e 1370.

ZAP //

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