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Já é possível separar dois líquidos completamente misturados

Cientistas da Universidade de Glasgow, no Reino Unido, encontraram uma técnica que permite separar dois líquidos completamente misturados através de lasers.

“É quase como fazer uma chávena de chá, misturar leite e depois usar um laser para tirar o leite para fora outra vez.” Foi assim que o autor da técnica, Klaas Wynne, a explicou, citado pela Visão.

Esta forma inovadora de separar dois líquidos misturados, descoberta por um grupo de cientistas da Universidade de Glasgow, no Reino Unido, terá implicações muito mais complexas e avançadas do que separar leite de chá. Das inúmeras utilizações, poderá ser aproveitada no fabrico de computadores, painéis solares, tinhas e, até, medicamentos.

Isto porque todos estes objetos utilizam certos tipos de cristais ou vidros nos seus componentes, criados a partir de soluções líquidas. Hoje em dia, não há nenhuma técnica que garanta e controle esse processo de cristalização, a chamada nucleação, pelo que esta técnica seria bastante útil neste âmbito.

Desta forma, a ação da luz do laser sobre os dois líquidos faz com que o líquido mais refrator gere as chamadas “flutuações“, pontos nos quais várias partículas do líquido se juntam e podem então ser cristalizadas. Esta é a técnica “nucleação via laser”, assim batizada pelos cientistas.

Finlay Walton, cientista e coautor do estudo, disse que estes “são apenas os primeiros passos para a total compreensão do papel que as flutuações críticas têm na nucleação de cristais”.

De acordo com os autores, publicado na Nature Chemistry, o processo de cristalização industrial pouco evoluiu nos últimos 350 anos, pelo que hoje esta técnica surge como uma mais valia para a indústria que ainda possui consequências financeiras impossíveis de prever e controlar.

Além disso, esta nova técnica pode vir a tornar os produtos que utilizam cristais mais baratos e muito mais fáceis de produzir.

“O nosso objetivo é obter o controlo total sobre a nucleação, incluindo do tipo de cristal que é produzido”, conclui Walton.

ZAP //

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