Secretismo do Governo: Ministro não revela aos sindicatos alterações ao diploma dos professores

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“Saímos daqui sem saber mais do que aquilo que sabíamos quando entrámos”. O Ministro da Educação nem aos sindicatos vai revelar as alterações ao diploma dos professores, sobre progressão de carreiras.

A Federação Nacional da Educação (FNE) reuniu-se hoje com o ministro da Educação, João Costa.

No entanto, a federação não ficou a conhecer as alterações ao diploma vetado sobre progressão dos professores, lamentou o secretário-geral.

“[O ministro] não avançou mais do que é agora a relação entre os dois palácios, o Palácio de São Bento e o Palácio de Belém”, relatou Pedro Barreiros à saída do encontro, em que o tema não estava na agenda.

Na quinta-feira, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, também tinha recusado detalhar as alterações ao diploma na conferência de imprensa do Conselho de Ministros.

Apesar das expectativas dos professores, João Costa adotou a mesma posição.

Saímos daqui sem saber mais do que aquilo que sabíamos quando entrámos. O que sabemos é que não vamos desistir de querer ser envolvidos neste processo”, sublinhou o dirigente da FNE, a primeira a reunir com a tutela.

Recordando que os argumentos apresentados pelo Presidente da República vão ao encontro das reivindicações, Pedro Barreiros adianta que, se a resposta do Governo não for favorável, a contestação dos docentes vai manter-se no próximo ano letivo e as primeiras ações de luta da FNE deverão ser anunciadas na segunda-feira, além daquelas já divulgadas em convergência com outras organizações sindicais.

À entrada da reunião, também o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) se manifestou expectante para conhecer as alterações feitas pelo Governo ao decreto-lei sobre a aceleração da progressão na carreira docente, após o veto do Presidente da República.

“Este é um diploma que foi negociado”, começou por recordar Mário Nogueira, sublinhando que, por esse motivo, os sindicatos deverão conhecer o diploma agora devolvido ao Palácio de Belém e se acolhe os argumentos apresentados pelo Presidente da República.

Lembrando que a Fenprof já tinha entregado ao Ministério da Educação uma proposta com vista à recuperação faseada do tempo de serviço ao longo de três anos, Mário Nogueira reafirmou a disponibilidade para negociar o tema com a tutela.

Na quarta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa, justificou a devolução do texto sem promulgação “apontando a frustração da esperança dos professores ao encerrar definitivamente o processo”, argumentando “uma disparidade de tratamento entre o Continente e as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira”.

O Chefe de Estado discordou do argumento central que tem sido apontado pelo Governo para não devolver de forma integral o tempo de serviço dos professores: “Não há nem pode haver comparação entre o estatuto dos professores, tal como o dos profissionais de saúde, e o de outras carreiras, mesmo especiais”.

Governar é escolher prioridades. E, se quisermos ir muito mais longe como sociedade desenvolvida e justa, saúde e educação são e deveriam ser prioridades”, defendeu.

ZAP // Lusa

7 Comments

  1. Seria uma vergonha total se o governo baixasse as calças aos professores. Se o fizer, terá de o fazer a todos os funcionários públicos. E, num país em que uns trabalham 40 horas e outros apenas 35, em que uns têm emprego para a vida e melhores salários, seria bom não criar maiores diferenças.

  2. Mas o Hélder disse alguma mentira?! Olhe diga lá com factos se não é verdade. Aguardo…sentado.
    E já agora…não saímos desta miséria porque a riqueza produzida no privado é taxada de forma gritante para alimentar a enorme máquina do estado onde se inserem os funcionários públicos.

  3. Para si faço as minhas palavras aquelas que o Raul já fez!
    Se é tão bom, vá dar aulas para o público e fique milionário.

  4. Factos é que nada. Isso diz muitos destes pretensos professores. Os funcionários públicos recebem em média mais do que os funcionários do privado e trabalham menos horas. E, obviamente, os trabalhadores do privado não estão para sustentar esta chulice.

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