Schmidt versão livro aberto: um Benfica “inacreditável” e a ausência de Florentino

Tânia Paulo / SL Benfica

Roger Schmidt

Zero pontos na Liga dos Campeões não devem levar à saída do treinador, que abordou dois assuntos de forma frontal.

O Benfica tem zero pontos na Liga dos Campeões. Defrontou Salzburgo, Inter Milão e Real Sociedad – perdeu os jogos todos.

O que está a correr mal? “É uma boa pergunta. Ninguém está feliz com a forma como os últimos dois jogos correram, e mesmo no primeiro, com o cartão vermelho e os dois penáltis… Mas nos últimos dois jogos, especialmente a segunda parte frente ao Inter e na última terça-feira, não estivemos no nosso melhor“.

Roger Schmidt respondeu, em conferência de imprensa, mas lembrou que as equipas do Grupo D são “muito boas”. Mesmo assim, o Benfica sabe que pode fazer melhor, “até tendo em conta o que fez no ano passado a nível internacional”.

Então, o que falta: “Temos de regressar ao que nos faz muito fortes, jogar de forma intensa e com a ligação habitual entre os jogadores. Isso não aconteceu e foi por isso que a Real Sociedad controlou o jogo (na terça-feira passada)”.

Até esse regresso, fica o registo actual de zero pontos e… zero golos marcados: “É inacreditável que esse seja o registo, neste momento. Falámos sobre isso. A maior decepção, na terça-feira, foi a nossa mentalidade, a falta de união dentro de campo e o espírito, no início”.

O treinador admite que o Benfica não está ao nível que estava há um ano. E tem justificações para essa diferença: “Tínhamos jogadores em muito boa forma e esta época é diferente, temos jogadores novos, alguns lesionados…”.

“Temos de estar juntos, com e sem bola. Foi essa a chave para a nossa fantástica última temporada. Não há milagres, continuou o treinador da equipa da Luz.

Mesmo assim, o técnico não sente que vai ser despedido em breve: “Não, não sinto que esteja em risco.

Campeonato e Florentino

No campeonato, no segundo lugar a um ponto do líder Sporting, o contexto é outro: derrota na primeira jornada com o Boavista mas vitórias nas restantes sete rondas. “Talvez nem sempre tenhamos estado ao máximo, mas merecemos todas as vitórias“, analisou o técnico.

O próximo jogo (este sábado, às 18h) é com o Casa Pia, em casa: “É altura de demonstrar uma reacção muito boa em campo, com posse de bola, movimentos e criatividade. Temos de demonstrar a nossa qualidade para recuperar a bola e encontrar um adversário que não esteja 100% organizado”.

Na lista de convocados está Florentino Luís. O médio foi recordista de jogos na época passada: 54, tal como Vlachodimos e Grimaldo (curiosamente, dois jogadores que deixaram o plantel no Verão passado).

Na pré-época ainda ficou a sensação de que Florentino iria novamente ser peça fundamental na equipa, mas até agora nunca jogou na Liga dos Campeões e, mesmo no campeonato, só tem 280 minutos em campo no total.

É quase sempre suplente. Porquê? “Esta época é um pouco diferente, temos diferentes opções, a posição de Chiquinho foi alterada, João Neves desenvolveu-se, no verão chegou Kokçu, a concorrência é outra“.

E, quando jogou, o médio formado no Benfica não convenceu: “Jogou alguns jogos, mas não foi tão claro, não jogou ao seu melhor nível. Os concorrentes estiveram muito bem, João Neves tem estado bem, é a situação”.

No entanto, o alemão acredita em Florentino: “Pode chegar ao nível da época passada, contamos com ele”.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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